Com as eleições presidenciais à porta, a população russa não tem muito por onde escolher. O actual presidente, Vladimir Putin, perfila-se como o grande favorito à vitória nas eleições do próximo dia 14 de Março.

Conhecido pelas suas habilidades políticas, Putin quase não tem oposição. Veja-se o caso de Ivan Rybkin, candidato presidencial que tem feito a sua campanha desde Londres, depois de ter sido dado como desaparecido. Rybkin, alega que foi “drogado e raptado” e que não tem “condições de voltar” ao seu país natal, pelo menos, até que as eleições de domingo estejam concluídas. O antigo porta-voz do Parlamento russo diz saber “quem irá beneficiar com tudo isto”, numa clara alusão a Putin.

Mas as “jogadas” do presidente russo não ficam por aqui. A 24 de Fevereiro, Putin demitiu o Governo, alegando ter “razões políticas e administrativas” para o fazer, e que era seu dever “dar a conhecer aos russos” o novo chefe do executivo. A escolha recaiu em Mikaíl Fradkov, depois da aprovação dos dirigentes do partido Rússia Unida e do Parlamento. Fradkov, um judeu, surge como uma resposta a quem acusava Putin de não respeitar as minorias étnicas.

A terceira via

Quanto às políticas propriamente ditas, o actual presidente russo, pretende modernizar o país, seguido um sistema económico que concilia uma via mista entre economia de mercado e economia central – uma terceira via.

No entanto, prevê-se que o poder do presidente venha a ser muito maior, uma vez que o número de vice-ministros e oficiais do Governo será amplamente reduzido em relação à actual administração. Putin prepara reformas corajosas, no sector da Saúde e Finanças, pelo que será forte o combate aos oligarcas que alegadamente se têm apropriado dos recursos do país, desde a presidência de Boris Yeltsin.

A bola está agora nas mãos dos russos, que no próximo domingo vão às urnas, escolher o seu futuro. Putin parece levar clara vantagem.

Bruno Amorim