Francisco Ribeiro de Menezes afirmou ao JornalismoPortoNet que “as linhas de comboio em causa e a hora em que o atentado se deu levam a crer que não haja portugueses entre as vítimas”. No entanto, o representante português não nega essa possibilidade, uma vez que mais de 25 mil portugueses, entre residentes e habitantes, circulam em Madrid.

O ministro conselheiro de Portugal na capital espanhola revelou também ao JPN que a ligação Lisboa-Madrid por linha férrea (que deveria chegar à estação de Chamartín esta manhã) foi desviada “apenas por precaução”.

Incerteza

Francisco Ribeiro de Menezes confirmou a inexistência de vítimas portuguesas entre as mais de mil anunciadas pelos serviços de resgate. A embaixada está desde o início da manhã “em contacto permanente com todos os interlocutores possíveis”, na tentativa de descobrir se existe algum português envolvido.

Apesar da aparente inexistência de cidadãos lusos entre as vítimas, o ministro conselheiro adverte que “a cada minuto, os números aumentam, por isso não é possível fazer afirmações definitivas”.

Esta situação tem sido seguida “com toda a intensidade própria de um acontecimento desta natureza, tal como acompanhamos a situação das comunidades portuguesas”. Conclui o entrevistado que “resta esperar que não haja mais mortes nesta tragédia”.

Voto em massa

Francisco Ribeiro de Menezes desconhece ainda “que repercussões vai ter este atentado em Espanha”. No entanto, o ministro conselheiro supõe que o resultado seja o “esforço dos espanhóis no combate ao terrorismo e à erradicação, de uma vez por todas, da ETA”, assumindo que foram os separatistas bascos os responsáveis pelo massacre.

Relativamente às eleições de domingo, o representante de Portugal não prestou qualquer declaração, mas afirmou que a afluência em massa às urnas “deverá ser o resultado mais directo deste atentado”.

Manuel Jorge Bento

Foto: Embaixada Portugal em Espanha