Treze explosões foram registadas, esta manhã, em Madrid, nas estações de combóio de Atocha (onde se registou o maior número de vítimas), El Pozo del Tio Raimundo e em Santa Eugénia. Os comboios eram provenientes da periferia da capital espanhola (Guadalajara e Alcalá de Henares).

Eduardo Zaplana, porta-voz do Governo espanhol atribui a autoria dos atentados à ETA. Arnaldo Otegi, responsável do Herri Batasuna, culpou a “resistência árabe” por este massacre.

Às 9 horas, o Ministério do Interior confirmava a morte de 62 pessoas, às 10h30 a Junta de Madrid apontava 130 vítimas mortais, mas os números mais recentes dos serviços de resgate fazem um balanço de 173 mortes.

As explosões ocorreram entre as 7h35 e as 7h55 locais (menos uma hora em Portugal) e segundo testemunhas no local, citadas pelo «El Mundo», o caos instalou-se de imediato. De acordo com o ministro do Interior, os explosivos estavam alojados em mochilas, colocadas entre os vagões das carruagens.

Foram já montados hospitais de campanha, para socorrer os feridos, nas imediações das estações ferroviárias.

O PP foi o primeiro partido a suspender as acções de campanha para hoje. José Maria Aznar anunciou três dias de luto nacional para Espanha e está prevista uma declaração ao país para as 13 horas desta quinta-feira.

Repúdio de Jorge Sampaio

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que não há portugueses entre as vítimas dos ataques. Entretanto, a ministra Teresa Gouveia, em nome do Governo, referiu a sua “indignação” por estes “selváticos atentados” desta manhã.

O presidente da República manifestou, em nome do país, “o mais vivo repúdio e condenação por este bárbaro atentado perpetrado contra os valoires mais sagrados que partilhamos: a paz e a democracia”. Jorge Sampaio mostrou-se solidário com Espanha: “os nossos pensamentos estão com o povo espanhol, com a sua dor e consternação”.

Liliana Filipa Silva e Manuel Jorge Bento

Foto: El Mundo