Como descrevem os jornalistas espanhóis o massacre? O JornalismoPortoNet foi à procura de respostas nos três principais jornais espanhóis. “Infâmia”, “Inferno” e “Matança” são as palavras eleitas pelos três diários para descrever o maior massacre ocorrido em Espanha, desde a guerra civil de 1936-39.

A manchete do “El Mundo” abre com o título “El dia de la infamia”. O jornal avança com o número de mortos e feridos e assegura que o Governo espanhol mantém a acusação em relação à ETA. Por outro lado, o diário assegura também que “Al Qaeda” reivindica a “Operação dos comboios da morte”. O “El Mundo” dedica o editorial a este “acto monstruoso” dizendo que, para os espanhóis, este é o “Nuestro 11-S”.

O “El País” faz manchete com o título “Infierno terrorista en Madrid: 192 muertos y 1400 heridos”. El PaisO diário frisa que este é o maior ataque terrorista na história de Espanha e um dos mais sangrentos da Europa. O “El País” avança ainda que o Ministério do Interior informou que a sua principal linha de investigação é a ETA, mas não descarta a pista da Al Qaeda.

O “ABC” escreve: “Asesinan 200 personas en una matanza terrorista en Madrid”.
ABC

O atentado visto pelos outros

O diário francês “Le Monde” questiona sobre a autoria do atentado e levanta uma terceira hipótese: a colaboração entre ETA e grupos islâmicos.

Os jornais britânicos “The Guardian” e “The Times” abrem com o mesmo título “Massacre em Madrid”. O “The Times” sublinha a dúvida quanto à autoria do massacre e recorda o elevado número de vítimas.

O “New York Times” destaca as duas hipóteses contraditórias quanto à autoria do atentado.

O diário alemão “Sueddeutshe Zeitung” compara o 11 de Março ao 11 de Setembro, dizendo que ambas as datas vão ficar marcadas na memória de todo o mundo.

O “Tribune de Geneve“, diário suíço, alude ao massacre de “Hipercor” para concluir que este é o atentado mais sangrento da ETA. Mesmo assim, o jornal deixa a questão da autoria da tragédia.

No mundo islâmico também se falou do atentado. O jornal online “IslamOnline.net” descreve como tudo aconteceu e sublinha a especulação que se vive à volta dos autores deste acto.

Andreia Abreu