A tentativa de golpe de estado , protagonizada pelo Regimento de Infantaria 5 (RI5) na madrugada de 16 de Março de 1974, não vingou mas foi muito importante para a preparação da Revolução dos Cravos.

O movimento militar permitiu ver as fragilidades do Governo de Marcelo Caetano e demonstrou que o mesmo não estava preparado para reagir a uma verdadeira revolta militar. Com este levantamento o Movimento dos Capitães percebeu que o governo não tinha força para travar um golpe de estado bem planeado e organizado. Assim, apesar de ter fracassado, o movimento de 16 de Março permitiu lançar as bases para aquele que viria a ser o dia da mudança.

Marcelo Caetano ainda tentou minimizar o acontecimento e declarou
publicamente que as Forças Armadas estavam sob controlo (vídeo 1 e Vídeo 2). No entanto, mês e meio depois, deu-se um novo levantamento que veio deitar por terra o regime vigente (25 de Abril).
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O dia do levantamento

Cerca das quatro horas da madrugada do dia 16 de Março de 1974, o Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha, deteve o comandante, o segundo comandante e três majores e iniciou uma marcha auto transportada até Lisboa.

O objectivo era derrubar o Governo e abrir caminho para a Democracia. No entanto, falharam os apoios previstos e a coluna militar acabou por não conseguir entrar na capital. Os cerca de 200 militares regressaram então para as Caldas onde acabaram por se render e foram feitos prisioneiros. Terminava assim a tentativa de golpe de estado que serviu de ensaio para o 25 de Abril.

Andreia Parente

Fotos:
Centro de Documentação do 25 de Abril