A ONU junta líderes cipriotas gregos e turcos numa última tentativa para a reunificação da ilha mediterrânea antes do referendo a 20 de Abril.
As derradeiras negociações, a decorrer na Suiça, estão a ser acompanhadas pelos primeiros-ministros Tayyip Erdogan da Turquia e Costas Karamanlis da Grécia.
As Nações Unidas pretendem reunificar esta ilha mediterrânica antes da entrada oficial da parte grega do Chipre, maior e mais rica, na União Europeia a 1 de Maio.

O processo final das conversações em Nicósia começou a 19 de Março mas até agora nenhuma das partes parece querer fazer concessões.
No centro da discórdia estão as trocas territoriais e reinvindicações de propriedade.

Álvaro de Soto, representante da ONU no processo cipriota, está a supervisionar as intensas negociações e acredita que ambas as partes possam chegar a acordo.
Menos optimistas estão os líderes turcos que acreditam que as conversações serão infrutíferas e acusam a parte grega de não querer chegar a um compromisso.
Se isso acontecer, analistas internacionais prevêm que a parte turca vá mergulhar num profundo isolamento.
O governo turco está preocupado com as possíveis implicações negativas que este processo possa vir a ter na adesão da Turquia à União Europeia.

Pouco consensual, o plano da ONU para reunificar o Chipre tem como base o modelo constitucional suiço. A proposta do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, procura estabelecer um elevado grau de autonomia para ambas as partes, e simultaneamente, criar um Estado federal com órgãos legislativos e judiciais. Desta forma o Chipre seria reconhecido internacionalmente como uma única entidade política.
Os próximos dias ditarão ou não a resolução do conflito que opôe gregos e turcos cipriotas à três décadas.

Carla Sousa