Embora não se tenha conseguido determinar há quanto tempo existiu esse mar, esta descoberta é um “forte indício de que houve condições para a vida em Marte”, conclui Filipe Pires, astrónomo no Centro de Astrofísica do Porto, em declarações ao JornalismoPortoNet.
Os responsáveis da NASA conseguiram demonstrar que certas rochas da superfície do planeta resultam da sedimentação em água salgada.

As descobertas começaram há cerca de um mês, quando a sonda “Mars Express” da Agência Internacional Europeia detectou, no pólo sul de Marte, grandes quantidades de água congelada. O astrónomo Filipe Pires explica que, das três camadas que constituem o planeta vermelho, a segunda é composta essencialmente por gelo de água.

Esta semana, um dos robôs geológicos norte-americanos (que exploram desde Janeiro o planeta vermelho) encontrou um mar marciano, na zona da grande planície Meridiani Planum. A Agência Espacial Norte-americana tem 300 investigadores a trabalhar neste projecto, que se irá prolongar até ao fim de Abril, altura prevista para que as baterias dos robôs acabem.

Depois desta descoberta, designada por “Opportunity atinge o mar”, o próximo passo será apurar a existência de micróbios, naquele que a comunidade científica já considera ser o planeta mais parecido com a Terra. O astrónomo Filipe Pires acredita que esta expedição não vai provar, efectivamente, o potencial biológico de Marte, mas será um importante passo para a realização das próximas missões.

Carla Sousa