Arranca hoje a iniciativa do Teatro Nacional São João (TNSJ) para celebrar o Dia Mundial do Teatro em quatro dias “non stop" de espectáculos culturais.

Quatro dias mundias de teatro é a proposta apresentada pelo Portogofone, um programa de 96 horas intensas de espectáculos, recitais, leituras, concertos, conferências e debates no TNSJ, de 25 a 28 de Março.

Ricardo Pais, director do TNSJ, declara que esta iniciativa “ocorre como uma peça de inscrição do Porto na circulação criativa internacional”, onde marcarão presença alguns dos mais respeitados profissionais europeus.
Esta “espécie de festival”, como lhe chamou Ricardo Pais, vai decorrer nos espaços do teatro, mas também no Rivoli e no Teatro Carlos Alberto (TeCA).

Quatro dias, cinco peças

«Escrever, Falar», de Jacinto Lucas Pires, com encenação de Marcos Barbosa, abre este ciclo de espectáculos. Esta é uma peça sobre dois homens sozinhos, num certo lugar à conversa. Como descreve o autor, “falam de tudo e de nada”. Uma peça sobre a morte, o amor, o medo e a esperança, em que “aos poucos, devagarinho, os homens vão aparecendo, construídos pelas suas vozes”, conta o encenador.
A estreia é hoje no teatro Rivoli e ficará em cena até sábado.

Hoje é também o dia da reposição do espectáculo «Um Hamlet a Mais» no TNSJ. Uma peça encenada pelo próprio Ricardo Pais, e que recorre a uma materialização de vídeos de Fabio Iaquone e Paulo Américo. Esta encenação conta ainda com a composição musical da responsabilidade de Vítor Rua e cenários de António Lagarto.
Em cena diariamente às 21h30 no TNSJ até dia 27 de Março, e no dia 28 às 16h00.

No TeCa, celebra-se o «Despertar da Primavera», de Frank Wedekind, encenado por Nuno Cardoso. As passagens e iniciações adolescentes são o tema desta peça que conta com elenco de jovens actores. Em cena de 25 a 27 de Março às 21h30, e dia 28 às 16h00.
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«Aguantar», é uma produção de Cão Solteiro, encenada por Nuno Carinhas, a partir de Frida Khalo, a pintora mexicana. O texto da peça «Aguantar» diz-nos que “a vida de Frida é uma morte à qual se vai sobrevivendo por ampliação violenta do desejo”.
Está até dia 28 no Rivoli – Teatro Municipal.
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No TNSJ, às 16h30, dia 26 e 27, temos Fernando Villas-Boas com «Retrato de Nós» , uma encenação de António Durães. Esta é uma obra composta por quadros de três peças portuguesas, baseadas na obra «Angústia para Jantar», de Luís de Sttau Monteiro. Um retrato do teatro português dos anos 60.

Teatro em Vídeo

O TeCa receberá durante dia 25, 26 e 27, das 15h00 às 16h00, a iniciativa «Screening», onde serão apresentados trabalhos registados em vídeo de peças representadas no TNSJ ao longo dos últimos anos, como a «Noite de Reis», o «Belo Indiferente», «O grande teatro do mundo», «Castro» e «As Lições». Neste espectáculo audiovisual será também lançado o DVD de «Um Hamlet a Mais».

Teatro Impresso e ouvido

Também será possível ver a exposição «Imprimir», da autoria do atelier João Nunes, uma obra que nos dá conta da história cultural do Porto, entre meados da década de 90 e até 2001, ano em que a cidade foi Capital Europeia da Cultura. Uma memória transcrita em comunicação gráfica de duas das mais importantes instituições artísticas da cidade – o TNSJ e o Rivoli.

Na iniciativa «Musicais a horas impróprias», António Olaio & João Taborda recriam «Red Rainbows» e todo o universo Pop que lhe está associado. Uma celebração que ocorre dia 26 à 24h00. No dia 27, às 00h30, Luísa Cruz canta fado acompanhada ao piano por Jeff Cohen.

Debater o Teatro

Para além destes espectáculos, o TNSJ promove um encontro internacional destinado a directores artísticos de teatros, festivais, companhias, mas também a gestores e decisores políticos da área cultural.

Hoje, no «Teatro Lusitânia», falar-se-á do que se passa no teatro, em Portugal. A discussão alargar-se-á ao recente projecto da Rede de Teatros da Europa do Sul, na sessão «Teatro Europa», durante os dias 26 e 27 às 11h00, e dia 28 às 10h00.

Neste encontro estarão presentes personalidades como Jean-Loup Wastrat, em representação do Théâtre National de la Communauté Française Wallonie, de Bruxelas, Robert Palmer, comissário das capitais europeias da cultura de Glasgow e Bruxelas, e José Amaral Lopes, secretário de Estado da Cultura, que presidirá à Sessão de Encerramento.

Carla Gonçalves