No dia em que se discute no Conselho Europeu da Primavera, em Bruxelas, o terrorismo e as formas de o combater, o adjunto do Secretário de Estado da Juventude e Desportos, Augusto Baganha, quando confrontado, pelo JornalismoPortoNet, com a questão se há ou não razão para os portugueses estarem preocupados com a segurança (ou falta dela) a propósito do Euro 2004, o adjunto prefere o silêncio.
“Pedia-lhe que não fizesse essa pergunta porque temos a orientação para não entrarmos em muita polémica. Este é um tema demasiado sensível e importante. Deixemos aos técnicos que o façam e analisem”, afirma Augusto Baganha.

No dia de ontem, o primeiro-ministro Durão Barroso foi ao parlamento, no debate mensal, anunciar as medidas que estão a ser tomadas e que entidades estão a ser responsabilizadas pela salvaguarda da segurança do país enquanto decorre o Euro 2004. O adjunto do Secretário de Estado da Juventude e Desportos assegura que “temos pessoas altamente conceituadas à frente da área da segurança e elas com certeza saberão dar resposta às dificuldades e aos desafios colocados. Há um grande esforço e as pessoas estão muito bem preparadas”.

Economia versus Euro 2004

A pouco mais de 2 meses do início do Euro 2004, são muitos os estudos que procuram antever o impacto económico deste evento no país.
Um investigador da Universidade do Minho, José Viseu, integra uma equipa que está a realizar um estudo neste sentido.

Para José Viseu, o impacto positivo que possa ter o Euro 2004 na economia portuguesa reside, essencialmente, nas pessoas que “nos vêm visitar” e acrescenta que, “tem de ser feito um esforço para que o investimento feito tenha o seu retorno, se não for mais nada que a conta fique pelo menos a zero”.

Enquanto o investigador tem uma visão mais economicista deste retorno, Augusto Baganha deseja que o retorno consista “no excedente de receitas e que o nosso país deixe uma marca de qualidade para todos aqueles que nos visitem e que depois nos continuem a visitar”.

O investigador alerta para situações em que o retorno pode ser menos positivo. “Se houver violência nos estádios, desorganização ou cenários catastróficos” assegura José Viseu que o retorno em termos comunicacionais será negativo.

Muitas são as dúvidas quanto à pertinência deste evento em Portugal. O Adjunto do Secretário de Estado da Juventude e Desportos considera que este é um tema muito polémico até porque “o nosso país tem outras prioridades, mesmo no aspecto desportivo”. Mas agora não há nada a fazer até porque “as decisões estão tomadas pelo que apenas resta “tirar o melhor aproveitamento possível”, remata Augusto Baganha.

Nem tudo são dificuldades e Augusto Baganha admite que o Euro 2004 veio permitir a concretização de benefícios, como o sejam “a saúde, a segurança, as obras públicas como os aeroportos, os eixos rodoviários, as acessibilidades nas grandes cidades”, que não seriam realizáveis num tão curto espaço de tempo.

Quanto a resultados finais do impacto económico do Euro 2004 em Portugal, vamos ter de esperar por Dezembro, deste ano, para que se conheçam os dados oficiais dos estudos realizados.

Vânia Cardoso