Presidente da Associação Cabo-Verdiana considera que esta comunidade enfrenta barreiras e dificuldades comuns a todos aqueles que se deslocam do país de origem.

Jorge Sampaio, em visita oficial a Cabo Verde, alertou ontem para a necessidade de uma “integração plena” dos cabo-verdianos no nosso país. O JornalismoPortoNet falou com Alcestina Tolentino, presidente da Associação Cabo-Verdiana em Portugal, para saber quais são os principais problemas da mais antiga e numerosa comunidade de imigrantes em Portugal.

Para Alcestina Tolentino, o objectivo apontado pelo presidente “passa por uma maior integração em todos os sectores da sociedade”. O domínio da língua (o crioulo é a língua mais falada em Cabo Verde), a inserção no mercado de trabalho e as condições de educação para os filhos dos imigrantes são os principais problemas apontados por esta associação.

O Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, Padre António Vaz Pinto, reafirma a “escolarização dos filhos” como um dos obstáculos à integração, assim como o emprego, legalização e habitação. Para o comissário, estes problemas são comuns a todas as comunidades imigrantes em Portugal.

A lei de imigração, de Março de 2003, estabelece condições gerais para todos os imigrantes, independentemente da sua nacionalidade. Esta lei prevê que os imigrantes só possam entrar no país com um contrato de trabalho. Alcestina Tolentino frisou que, além desta lei, existem instrumentos de cooperação bilaterais assinados entre Cabo Verde e Portugal. “O estatuto de pessoas e bens, o acordo geral de imigração e o acordo de segurança social” são alguns exemplos.

A presidente da Associação Cabo-Verdiana considera que protocolos como o que recentemente foi celebrado entre Portugal e o Brasil vão de encontro a um problema específico da comunidade brasileira no nosso país. Para Alcestina Tolentino, tratou-se de “uma boa jogada diplomática” que visou reduzir o elevado número de brasileiros ilegais em Portugal, mas que não encontra paralelo na comunidade cabo-verdiana.

Liliana Filipa Silva, Pedro Rios e Carla Gonçalves