Os resultados de uma projecção efectuada pelo INE, publicada hoje, para a população residente apontam uma diminuição da população portuguesa em 2050. Em 2000, Portugal contabilizava 10,3 milhões de indivíduos, mas para 50 anos depois o INE não espera mais do que 10 milhões, num “cenário optimista”. O “cenário pessimista” aponta para 7,5 milhões de habitantes.

O estudo sugere ainda que “o índice de envelhecimento aumentará em todas as regiões do país”. O Alentejo deverá manter-se como a região mais envelhecida e Lisboa e Vale do Tejo poderá ser a menos envelhecida.

Seguindo a linha pessimista, o INE afirma que “o Alentejo pode perder cerca de metade da população em 50 anos”. Na base deste decréscimo estão os níveis de fecundidade, que rondarão as 1,3 crianças por mulher, “associado à hipótese dos saldos migratórios serem nulos e a um aumento de esperança média de vida à nascença”.

Este organismo prevê que Portugal perca, entre 2000 e 2050, mais de um quarto da sua actual população, uma redução que será mais acentuada no Alentejo (-46%) e menos acentuada nos Açores (-9%).

Um cenário mais optimista, segundo o INE, diferencia-se do anterior por considerar “um ligeiro acréscimo dos níveis de fecundidade até 2050, para valores que atingem as 1,7 crianças por mulher”. Neste cenário, o Algarve e os Açores podem crescer 26% e 4%, respectivamente. A região de Lisboa e Vale do Tejo pode ainda ver aumentar o seu número de efectivos populacionais.

Porém, sublinha ainda o INE que, em qualquer dos cenários propostos, “Portugal assistirá à redução da população jovem” e a um índice de envelhecimento acentuado, “podendo situar-se em 398 idosos por cada 100 jovens”.

Carla Gonçalves