A entrada dos países do Leste europeu na NATO e na União Europeia veio transformar o mapa estratégico da Europa e encerrar definitivamente a “cortina de ferro” que dividia a Europa, mesmo depois do desmantelamento da União Soviética.

Zuzana Roskova, aluna de Erasmus na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vem da Eslováquia, um dos novos membros da Aliança do Atlântico do Norte. Zuzana pensa que a adesão à NATO é positiva e aponta como principal vantagem a segurança: “com a Aliança, os eslovacos podem sentir-se mais seguros e sendo necessário, podemos juntos com a NATO formar um exército 20 vezes maior do que o que temos actualmente”.

Zuzana Roskova considera ainda positiva “a cooperação internacional com os outros membros da Aliança”, especialmente os países vizinhos com quem podem estabelecer-se relações privilegiadas.

Mas no seu entender, neste ingresso nem tudo é positivo. A aluna eslovaca aponta como desvantagens as responsabilidades e obrigações acrescidas e as prováveis “ordens” da NATO que a Eslováquia “terá de acatar, mesmo que não concorde”.

Zuzana refere que a opinião pública do seu país em relação à entrada na NATO é em geral favorável: “antes da candidatura para a adesão a discussão foi acesa; muitas pessoas eram contra, mas isso devia-se ao desconhecimento da orgânica da organização”.

Apesar das reacções positivas dos eslovacos, esta aluna diz que a maioria das pessoas está mais entusiasmada com o ingresso na União Europeia. “Acredito que a entrada na NATO não vai trazer grandes mudanças no quotidiano dos eslovacos”.

Quanto à posição crítica da Rússia face ao alargamento ao leste europeu, Zuzana Koskova adianta uma fácil explicação: Moscovo “está a perder os seus parceiros e em breve (caso a Ucrânia entre na UE e na NATO) terá os «inimigos» às portas da fronteira”. Zuzana refere ainda que a entrada na União Europeia e no tratado do Atlântico Norte será, para a Eslováquia e para os outros países do leste europeu, “um importante passo em direcção ao mundo ocidental”.

Carla Sousa

Foto: NATO