Mexer, manusear, interagir, divertir e aprender é o que o visitante pode fazer no Visionarium, o centro de ciência do Europarque. Por pouco mais de 6 euros, entre numa viagem ao mundo da ciência, que começa com um espectáculo multimédia, dedicado aos conhecimentos científicos dos navegadores portugueses, e segue com cinco exposições permanentes que correspondem a cinco odisseias dedicadas à Terra, Vida, Universo, Informação e Matéria.

Orientação cartográfica, fluídos em movimento, observação da Terra, do universo, automatização e informatização são algumas das mostras que se podem visitar no Visionarium. O conteúdo das mostras “foi definido por um conselho científico em função dos currículos programáticos nas escolas. Foi lançado um concurso a nível internacional, ganho pelo consórcio luso-canadiano, que avançou para a interpretação museológica dos conteúdos”, explica Jorge Teixeira, responsável pelo marketing do Visionarium.

O Visionarium tem também para oferecer uma sala de exposições temporárias que é gerida pelo próprio Visionarium e que visa a “organização de exposições próprias, mas também o acolhimentos de exposições que existam no mercado”, diz Jorge Teixeira.

Quem for visitar este centro de ciência até ao final de Maio, nesta sala irá encontrar uma exposição interactiva baseada num caderno de apontamentos de Leonardo Da Vinci, designada por «Códice de Leicester». O documento contém anotações feitas por Leonardo Da Vinci sobre fenómenos que ia observando na natureza. “Esta exposição é uma parte da mostra que esteve patente na Expo’98 e é uma detida por Bill Gates que cedeu essa parte à Fundação para o Desenvolvimento das Tecnologias e Inovação em Portugal”, acrescenta o responsável.

O centro de investigação não se dirige apenas à comunidade escolar: “pretendemos chegar dos 7 aos 77 anos porque achamos que é importante para qualquer pessoa estar minimamente familiarizado com a cultura científica”, esclarece Jorge Teixeira. Ainda assim, em 2003, este centro contou com a visita de cerca de 122 mil pessoas, das quais 70 a 75% “decorreram durante o período escolar”.

Alunos à descoberta

O JPN acompanhou a Escola Secundária de Estarreja na visita ao Visionarium e falou com a professora de Físico-Química, Lúcia Salgado. A professora destaca a importância deste centro, uma vez que desperta os alunos para a ciência. Entre as várias mostras, a docente aconselha a Odisseia da Matéria que “foi fantástica porque os alunos viram aquilo que já tinha sido dado na aula”.

Segundo Jorge Teixeira, um dos papeis do Visionarium consiste exactamente “na complementaridade entre o ensino escolar e a vertente experimental. Aos alunos, por um conjunto de contingências, não é permitido, nas escolas, fazerem muitas experiências e no Visionarium podem pôr em prática esses conhecimentos”.

Para Nuno Prates, aluno do 10º ano, a importância desta visita está em “experimentar o que é dado nas aulas teóricas”. Elisabete Carina, também estudante do 10º ano, concorda com o seu colega e diz que “este sítio traz muitos conhecimentos. Aprendi e relembrei”, acrescenta.

“Pensava que ia ser uma seca mas estou a aprender coisas novas”, disse João André. O aluno considera importante este tipo de visitas porque, com esta “maneira divertida de aprender”, pensa que vai “passar a ver o mundo com outros olhos”.

A Odisseia da Vida, gera o consenso entre o João e a Elisabete, que consideram a melhor. Para a Elisabete, a Odisseia da Vida tinha “coisas muito giras, como falar e ouvir a própria voz”. Foi com esta experiência que o João aprendeu que “há 4 combinações de ADN”. Nuno Prates, por seu lado, preferiu a Odisseia da Matéria, onde reparou que é possível “alterar pontos de luz através dos ímanes”.

Muito mais há para ver, fazer e aprender no Visionarium, o centro de ciência do Europarque.

Vânia Cardoso