Impedir a saída dos investigadores portugueses de excelência e atrair cientistas estrangeiros são os objectivos do Ministério da Ciência e do Ensino Superior (MCES). A tutela promete pagar as despesas de investigação aos doutorados portugueses e estrangeiros que tenham publicado 100 artigos em revistas internacionais e supervisionado, pelo menos, 10 doutoramentos concluídos.

A medida entra em vigor a 1 de Julho e inclui bolsas de retorno para investigadores portugueses a completar doutoramento ou radicados no estrangeiro.

O MCES admite que os critérios são exigentes, mas prevê a adesão de 100 a 200 investigadores. O novo regulamento, disponível a partir de hoje no site do ministério, pode ser consultado até 30 de Abril.

Os candidatos têm de enviar para a Fundação Ciência e Tecnologia a lista de artigos publicados e doutoramentos supervisionados até 1 de Junho de cada ano. Um mês depois, a verba é atribuída e mantida durante dois anos. Cada semestre, o doutorado recebe 25% do valor total. A bolsa pode ser renovada e é gerida pelo investigador.

A medida está inserida na reforma do modelo de financiamento do sistema científico, que custará 472 milhões de euros. Além deste valor, o Estado diponibiliza ainda 10 milhões de euros, verba que irá financiar a referida medida de captação de investigadores, bem como a contratação de doutorados em laboratórios associados às universidades, outro objectivo do novo modelo.

A reorganização das unidades de investigação e desenvolvimento (I&D) e o aumento do número de laboratórios associados estão também previstos na reforma do financiamento.

Ana Isabel Pereira

Daniel Vaz