Uma em cada quatro crianças moçambicanas morre antes dos cinco anos infectada com malária. 18% das mortes naquele país relacionam-se com esta doença e 20% da população está infectada. É para ajudar a combater este flagelo que o Movimento Humanista (MH) começa hoje, quarta-feira, uma campanha de recolha de fundos.

Ana Pinto, membro do MH, explicou ao JPN que a campanha tem várias frentes de acção. O objectivo é conseguir recursos financeiros para continuar o trabalho do MH no sentido de alterar as mentalidades e “desenvolver iniciativas”, através de um “trabalho directo e constante” com as populações. Para o MH, o êxito da campanha passa pela “acção continuada e persistente” junto dos moçambicanos.

Os fundos recolhidos servirão sobretudo para adquirir redes mosquiteiras que protegem as habitações – a malária é transmitida através da picada do mosquito Anopheles – e equipamentos de limpeza. Os mosquiteiros reduzem em 63% o risco de transmissão da doença. A falta de condições de higiene, a deficiência na rede de esgotos e a acumulação de águas paradas são focos de contaminação da doença. Por isso, o MH espera angariar dinheiro para comprar pás, vassouras, enxadas e outros equipamentos de limpeza e drenagem das ruas.

”Acção continuada e persistente”

O trabalho do MH contra a malária remonta a Fevereiro de 2001. “É um trabalho directo e constante”, diz Ana Pinto, cujo financiamento dependeu unicamente de voluntários. Segundo esta activista, a cooperação entre o MH e o governo de Moçambique não tem sido a melhor e ainda não houve qualquer tipo de apoio dos governos português e moçambicano.

A intervenção de voluntários em Moçambique permitiu a construção de 16 escolas de alfabetização – a sensibilização é uma das mais importantes frente do combate contra a malária –, a criação de 15 cooperativas para melhorar as condições de vida, bem como a realização de campanhas de prevenção de saúde, com sessões de esclarecimento sobre esta e outras doenças.

Pedro Rios