Carvalho da Silva, líder da CGTP-IN, inaugurou esta quarta-feira a nova “sede” da intersindical no Porto. A Casa Sindical representa a união dos sindicatos dos Trabalhadores Ferroviários, da Indústria Eléctrica, da Metalurgia e da Gráfica e Imprensa. As quatro organizações reivindicativas têm agora como sede o primeiro piso do número 195 da Rua Padre António Vieira, em Campanhã.

A união dos quatro sindicatos em instalações remodeladas representa “a pujança do movimento sindical no Porto e a vontade de luta pela transformação democrática”, explicou ao JornalismoPortoNet (JPN) Ana Maria Mesquita. A directora da União de Sindicatos do Porto acrescentou que “a junção dos vários pólos promove sinergias” entre as associações.

Após a inauguração, as renovadas instalações acolheram um plenário que reuniu dirigentes e delegados sindicais, e activistas. Em discussão estiveram as expectativas relativamente à aplicação do Código do Trabalho, “que tem sido colocado em prática de forma ilegal”. Explica Ana Maria Mesquita que “há empresas que tomam medidas de acordo com o novo documento para trabalhadores que têm ainda contratos com outros pressupostos”.

Para a sindicalista, as recentes medidas que levam à deslocação de trabalhadores da área da Saúde em hospitais “colocam bastantes problemas nos locais de trabalho”. Ana Maria Mesquita afirma que “é este o resultado das políticas erradas do Governo”.

No plenário, alguns sectores anunciaram jornadas de luta por aumentos salariais. O sector químico vai promover acções de protesto na próxima quarta-feira, dia 21 de Abril. Nos dias 22 e 30, é a vez da metalurgia batalhar por melhores remunerações.

Entretanto, numa primeira abordagem da participação sindical no 25 de Abril e no Dia do Trabalhador, Ana Maria Mesquita revelou a realização de três conferências a curto prazo. Em debate estarão o contributo da revolução dos cravos para a mudança da vida das mulheres, a importância da luta dos trabalhadores e a avaliação da censura com uma abordagem sobre a evolução da liberdade de expressão nos órgãos de comunicação social.

Manuel Jorge Bento