Em declarações ao JPN, a presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) revelou que foi constituída uma comissão de avaliação do anterior contrato-programa com o Ministério da Ciência e Ensino Superior, que “não foi cumprido pelo governo”. A comissão é composta por representantes da direcção da FLUP, dos departamentos e da associação de estudantes do ensino nocturno.

O objectivo é redigir um relatório com um conjunto de directrizes “para elaborar um formato para o ensino nocturno, em que cursos deve haver e em que moldes”. Os contornos do contrato-programa que terminou em 2002 faziam com que o ensino pós-laboral fosse “inviável por ser muito honoroso”.

Ana Monteiro refere a possibilidade de “outras geometrias para manter a faculdade aberta das oito horas à meia-noite”. Não será possível a abertura do ensino superior em horário pós-laboral já no próximo ano lectivo, uma vez que 2004/05 está já a ser programado e “a comissão vai ainda na segunda reunião”.

Estudantes desconfiados

Luís Azevedo, vice-presidente da Associação de Estudantes da FLUP, afirmou ao JornalismoPortoNet que “esta não é a primeira vez que o Conselho Directivo nos promete que a questão vai ser resolvida”. Desconfiado, o representante dos universitários espera “que esta proposta vá definitivamente avante, já que era para começar em 2003/04”.

O principal problema “continua a subsistir: os principais beneficiários não conseguem ter o apoio previsto por lei para poderem frequentar o ensino superior”. A falta de assiduidade no pagamento das bolsas é também criticada pela Associação de Estudantes.

Ainda não é desta

O edifício que está a ser construído junto aos blocos em funcionamento na Via Panorâmica, no Campo Alegre, não se destina à instalação de uma cantina.

Luís Azevedo explica ao JPN: “segundo informações que temos, este edifício destina-se aos serviços académicos, que deverão transitar para lá”. O representante dos universitários de Letras adianta que a nova cantina “deverá avançar quando o edifício em construção estiver concluído”.

A falta de espaço é “um problema perfeitamente visível” e que reúne a crítica de estudantes e do Conselho Directivo. O curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação, em funcionamento em dois edifícios acessíveis através da Praça Coronel Pacheco, “já deveria ter transitado para o Parcauto”, edifício onde foram leccionadas as aulas de Direito até à recente mudança para a antiga Faculdade de Engenharia, na Rua dos Bragas. “Estamos à espera de uma reunião com o reitor para abordar este assunto”, acrescenta Luís Azevedo.

Manuel Jorge Bento