O evento é organizado pela Federação Académica do Porto e conta com a presença da Ministra da Ciência e Ensino Superior.

A Federação Académica do Porto (FAP) promove hoje uma conferência sobre a Declaração de Bolonha. O evento tem como título “Bolonha – passado, presente e futuro” e realiza-se às 15 horas no auditório da reitoria da Universidade do Porto.

A Declaração de Bolonha foi assinada em 1999 mas, segundo Pedro Barrias da FAP, tem sido apenas “discutida a nível de ministérios e a nível de comunidade académica docente”. Por isso “a FAP decidiu promover a conferência de modo a servir como fonte de informação privilegiada para os alunos”, explica o responsável pela comunicação social da FAP.

Segundo Pedro Barrias, é urgente discutir e informar a comunidade académica das consequências e implicações da Declaração de Bolonha. Até porque “os parâmetros estavam estabelecidos para ser atingidos em 2010, mas passaram para 2006”.

A conferência está aberta ao público em geral, mas é essencialmente dirigida aos estudantes da Academia do Porto, quer do ensino público, quer privado.

Segundo Pedro Barrias, a FAP pretende “uma clarificação dos planos de acção do Ministério para a implantação da Declaração de Bolonha”. Com esta conferência a associação procura ainda incentivar o ministério a tomar “uma posição mais enérgica em relação à divulgação das consequências e implicações”. Pedro Barrias alerta também para a necessidade das próprias instituições do ensino superior português adaptarem os cursos a esta questão a curto prazo. Para este elemento da FAP, a adaptação é muito importante, uma vez que neste momento “na maior parte dos cursos da Universidade do Porto não existe adaptação à Declaração”.

O evento conta com a participação da Ministra da Ciência e Ensino Superior, Maria Graça Carvalho. São também oradores Ferreira Gomes, vice-reitor da Universidade do Porto, e Luís Soares, presidente do Instituto Politécnico do Porto.

Declaração de Bolonha

A Declaração de Bolonha foi assinada a 19 de Junho de 1999 pelos ministros da educação de 29 países europeus. A partir dessa data, competitividade, mobilidade e empregabilidade passaram a ser as palavras de ordem do ensino superior no espaço europeu.

A Declaração de Bolonha pretende reformar as estruturas do sistema do ensino superior europeu a vários níveis. Segundo Pedro Barrias, da FAP, uma das faces mais visíveis deste processo prende-se com a duração dos cursos superiores que deverá ser análoga. A uniformização curricular, numa primeira fase, deveria ser atingida em 2010, mas o prazo acabou por ser antecipado para 2006.

Andreia Parente