“Não tenho qualquer tipo de preocupação em ter bandeiras azuis nas praias da cidade do Porto”. O vereador do Ambiente não acredita que nos próximos anos seja possível fazer com que as águas balneares portuenses tenham qualidade.

Para Rui Sá, “importa agora fazer um trabalho sério no tratamento das águas residuais do Porto”. As duas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) existentes na cidade são apontadas pelo vereador como uma “condição necessária para a despoluição do Rio Douro, mas não suficiente”.

A explicação é simples: “a bacia hidrográfica do Douro ocupa uma área brutal e se as águas já vêm poluídas a montante, não é por despoluir as águas do Porto que vamos conseguir ter águas balneares de qualidade”.

Mas no Porto nem todas as águas são despoluídas: “Uma coisa é ter uma ETAR, outra é ter um esgoto encaminhado para lá. E nós sabemos que há muitas habitações que ainda não estão ligadas aos colectores de saneamento”.

O vereador do Ambiente tem pelos menos a esperança de que “as águas estejam melhores do que há um ano, porque as duas ETAR têm de se fazer sentir”.

“Falta construir um parque na zona oriental da cidade”

Se as águas ainda são um problema, os espaços verdes da cidade do Porto estão a deixar de o ser. O vereador da CDU não tem dúvidas em afirmar que “a população da cidade precisa apenas de se habituar a usar os espaços verdes”.

Para Rui Sá, o parque da cidade é “um caso de sucesso”, mas há outros parques que não têm tido tal êxito: “há quatro parques belíssimos na cidade (Pasteleira, Virtudes, São Roque e Covelo) e os portuenses ainda não se habituaram a frequentá-los”.

O vereador do Ambiente encontra apenas uma lacuna no que diz respeito à falta de espaços verdes: “A zona de Campanha tem claramente uma carência nítida nesta matéria e um grande parque podia ajudar a resolver esse problema”, disse.

Rui Sá afirma que a CMP terá a partir de agora uma nova filosofia: “Foi aprovado o Regulamento Municipal de Espaços Verdes , que visa terminar com a construção de canteiros nos novos loteamentos, concentrando esse espaço para fazer jardins de proximidade”.

Estes espaços verdes permitem uma manutenção “mais barata” e, ao mesmo tempo, dão à população a possibilidade de usufruir deles. O vereador diz que, face ao envelhecimento da população portuense, esta é a melhor medida: “são uma solução para o novo tipo de população que vamos tendo”.

Quanto à ideia de se plantar árvores de fruto (laranjeiras) pela cidade, Rui Sá confirmou que essa promessa já foi posta em marcha: “as laranjeiras já estão plantadas e qualquer dia a população do Porto vai ver as laranjas”.

“Espero que o novo PDM venha diminuir o trânsito automóvel na cidade”

Uma outra questão preocupante é o baixo nível da qualidade do ar. Rui Sá diz que tem vindo a acompanhar esta situação, mas lamenta que esta matéria seja da competência do Ministério do Ambiente.

Para o vereador do Ambiente as duas grandes fontes de poluição do ar são “a indústria e o tráfego automóvel”, e espera melhorias significativas quando o Metro estiver a funcionar em pleno.

Rui Sá elogia também a política dos STCP relativamente à utilização de cada vez mais autocarros a gás natural e a pilha de hidrogénio. O vereador espera também que “o novo Plano Director Municipal (PDM) venha preconizar medidas que minimizem o tráfego automóvel dentro da cidade”, de forma a contribuir para uma menor poluição.

Bruno Amorim