“À partida, a CDU irá concorrer às eleições separadamente”. O vereador Rui Sá considera que é “muito difícil” haver qualquer tipo de convergência com o Partido Socialista. Para o eleito da CDU, os 12 anos em que o executivo socialista esteve à frente da Câmara Municipal do Porto (CMP) mostraram inépcia total: “Tiveram uma política que deixou a habitação social num estado mísero, um endividamento que aumentou de forma brutal deixando as finanças de rastos e uma política de promiscuidade com os clubes de futebol”.

O vereador do Ambiente acha que a questão fundamental para se falar numa coligação é definir uma verdadeira política de esquerda para a cidade do Porto. E afirma que “se a política de esquerda do PS é o que fizeram nos últimos anos, então não contem connosco”.

No entanto, Rui Sá acredita que a situação pode mudar: “se o PS inverter a sua posição não ponho de lado a possibilidade de haver uma candidatura conjunta, mas tem de haver uma alteração muito significativa”.

O vereador dá mesmo um exemplo daquilo que considera ser uma má postura dos socialistas: “o PS pensava que podia fazer oposição a esta Câmara sem nada fazer”.

Quanto a uma eventual continuação da equipa actual que está no executivo governativo da Câmara do Porto, o vereador da CDU afirma que está “completamente fora de questão qualquer coligação com o PSD e o PP”.

Um vereador diferente

Rui Sá tem apenas 40 anos, mas este engenheiro mecânico leva já 19 anos de vida política. O vereador da CDU já encontrou vários presidentes na CMP, mas nem por isso deixou de tentar implementar algumas políticas do programa do seu partido. Exemplo disso foi a atribuição de pelouros ao vereador durante a presidência de Nuno Cardoso e também do actual presidente Rui Rio.

Rui Sá diz que aceita pelouros perante três condições: “que eu mantenha a minha independência politica, podendo intervir e analisar criticamente as propostas e votar de acordo com os meus compromissos com o eleitorado; que o pelouro seja de responsabilidade; e que me sejam disponibilizados todos os meios humanos e financeiros para poder fazer o meu trabalho”.

O vereador do Ambiente afirma que não tem todos os meios que gostaria de ter, mas também não se quer sentir “um privilegiado” e aceita que hajam alguns cortes perante “a difícil situação económica da CMP”.

Para Rui Sá, a sua posição actual na CMP origina algum “desespero” aos vereadores do PS “que não fazem qualquer tipo de oposição a Rui Rio” e pode causar “alguns engulhos” aos vereadores da maioria.

Bruno Amorim