Coincidência ou não, o relatório da Amnistia Internacional sobre os Direitos Humanos na Líbia foi divulgado em Bruxelas no dia em que o líder da Líbia, Muhamar Kadhafi, chegou à Europa. Apesar da tentativa de aproximação ao Ocidente, os resultados divulgados pela Amnistia não são muito animadores: a Líbia continua a violar os Direitos Humanos.

Diante destes resultados, a Amnistia apelou à União Europeia (UE) que aceite a aproximação de Kadhafi ao Ocidente apenas com a condição de que a Líbia se comprometa a respeitar os Direitos Humanos.

Cláudia Pedra, da Amnistia Internacional, explicou ao JornalismoPortoNet (JPN) que o relatório divulgado na terça-feira em Bruxelas “resulta de uma investigação que foi feita em Fevereiro deste ano”.

De acordo com Cláudia Pedra, direitos como a liberdade de expressão são extremamente condicionados na Líbia. A responsável da Amnistia Internacional disse, em declarações ao JPN, que o relatório refere que na Líbia “as pessoas são detidas só por terem usado da liberdade de expressão”.

Violações dos Direitos humanos são comuns

Para além disso, “torturas e maus tratos ainda se usam nas prisões da Líbia, e as penas de morte também continuam a ser utilizadas”. A este propósito, Cláudia Pedra referiu ainda que as “detenções arbitrárias” são uma prática habitual na Líbia. Também a “prática de punição colectiva, em que uma família inteira é punida” é comum acontecer no país liderado pelo coronel Kadhafi.

A organização refere, contudo, que “a libertação de cerca de 300 prisioneiros em 2001 e 2002” foi uma “medida positiva” por parte do governo líbio.
“Tem havido um grande esforço de aproximação da Líbia. O que esperamos é que isso signifique que a Líbia também vá usar os padrões de Direitos Humanos do Ocidente”, disse a responsável da Amnistia.

Ana Correia Costa