AVC mata duas pessoas por hora e 20 mil por ano. Portugal tem a maior taxa da UE.

Qual a doença que mais mata em Portugal? “De uma maneira geral, todas as doenças cardiovasculares. Entre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o enfarte miocárdio, em Portugal ao contrário do resto da Europa, o AVC é o que mais mata”, afirmou Castro Lopes, um dos primeiros médicos a interessar-se pelo estudo de AVC, em Portugal.

O AVC é a primeira causa de morte e também de invalidez do sistema nervoso, no nosso país. Apesar dos números negros, esta é uma doença evitável: “A Via Verde para AVC (112) surgiu exactamente para que as pessoas possam obter o apoio necessário, o mais rápido possível, já que actuando nas três primeiras hora, é possível evitar o acidente”, garantiu o professor.

Segundo o médico, é possível atenuar o risco de vir a sofrer um AVC. A prevenção é muito importante e passa por medir a tensão arterial, consultar o médico em caso de diabetes, controlar os níveis de colesterol, o peso e não beber nem fumar em excesso.

Para a população fica o aviso: “O sinal mais característico da doença é a perda de força num dos membros”. Quando “meio corpo são arrasta meio corpo doente”, o melhor a fazer é actuar com rapidez.

Mensagem de esperança

No Dia Nacional do Doente com AVC, 31 de Março, a data assinalou-se em vários pontos do país. Foram distribuídos folhetos informativos e desenvolvidas actividades científicas e de sensibilização nos Hospitais São João e Santo António, centros de saúde da Foz e de Rio Tinto, no Porto, nos Hospitais de Santa Maria e São José, em Lisboa, Hospital de Santarém e Hospitais Universitários de Coimbra.

O professor Castro Lopes, o primeiro presidente do Grupo de Estudos das Doenças Cerebrovasculares da Sociedade Portuguesa de Neurologia, em colaboração com a junta de freguesia da Foz do Douro, do centro de saúde local e com o apoio da Associação de Apoio ao Núcleo de Estudos das Doenças Cerebrovasculares, organizou uma acção de informação num jardim daquela freguesia, entre as 10h00 e as 16h00, de 31 de Março.

O objectivo era “sensibilizar a população para o AVC, mas também passar uma mensagem de esperança”. O especialista garante que corrigindo e controlando os factores de risco, tudo é evitável. Nesta acção foram distribuídos folhetos informativos que abordavam, entre outros, os factores de risco de um Acidente Vascular Cerebral e a Via Verde para AVC, criada há cerca de dois anos.

O balanço que Castro Lopes faz é francamente positivo: “Foi um sucesso! Depois de anunciado na televisão, muitos interessados acorreram ao local, mesmo à hora do encerramento”.

Andreia Abreu