As relações diplomáticas entre Angola e França atravessam actualmente um período de tensão.

A animosidade gerou-se com a demora do governo de Eduardo dos Santos em cumprir as formalidades de acreditação do novo embaixador francês destacado para Luanda. O diplomata Guy Azais está impedido de exercer qualquer actividade diplomática no país desde a chegada a Angola, no último dia 17 de Fevereiro,

De acordo com vários analistas políticos angolanos, a obstrução ao exercício das funções do futuro embaixador de França em Angola é uma forma de retaliação, face às investigações da justiça francesa sobre o caso «Angolagate». Num discurso proferido em 26 de Fevereiro de 2001, o Presidente da República angolano referiu que a continuidade das investigações “poderia afectar as relações entre Angola e França”.

Se por um lado o governo angolano considera a investigação dos tribunais franceses “uma ingerência nos assuntos internos” de Angola, o executivo francês diz que não se pode pôr em causa a “independência dos tribunais”.

Segundo fontes referidas no jornal digital «Apostolado», “Angola poderá ainda fazer recurso ao petróleo como parte da retaliação contra a França”. O grupo francês Total-Fina-Elf, é um dos maiores exploradores do ouro negro do país. A Elf actua principalmente ao largo do Soyo, na província do Zaire.

Pedro Cardoso (correspondente em Angola)