Um ciclo de conferências, que o ano passado assinalou o aniversário da revista, este ano antecipa o plano de divulgação que arrancará em Setembro.

“O Tripeiro”, revista cultural e literária da cidade do Porto, completa 96 anos de existência e enfrenta uma dificuldade: captar os leitores jovens, e os portuenses em geral, sem desiludir os seus leitores fieis.

O ciclo de conferências que agora decorre assinala o aniversário da revista mas mais do que isso, antecede um plano de divulgação, previsto para arrancar em Setembro. A primeira conferência aconteceu, ontem, na Associação Comercial do Porto, proprietária d’O Tripeiro desde 1981, e esteve suboirdinada ao tema “A Nobreza e o Porto durante a Idade Média”. José Sottomayor Pizarro, professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, falou sobre a Nobreza Medieval e as relações entre Portugal e outros reinos peninsulares.

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A próxima conferência será a 9 de Junho e os Caminhos do Romântico serão tema de debate. Augusto Canedo, director d`O Tripeiro afirma que “o simples facto de as pessoas dizerem lá fora ´Eu estive numa conferência d`O Tripeiro` já é alguma divulgação”.

O plano de divulgação propriamente dito arranca no fim do Verão. Para relançar O Tripeiro, estão previstas várias iniciativas. Uma das grandes preocupações da equipa da revista é “pôr a juventude a ler O Tripeiro e antes de o ler, é preciso que o conheça”, disse ao JornalismoPortoNet (JPN) o director.

O Tripeiro vai sair à rua… com o ardina

A direcção d`O tripeiro quer colocar, a partir de Setembro, placares nas livrarias do Porto, sobretudo as de tradição, para exposição da revista. A razão é simples: se as pessoas não sabem da existência da revista ou desconhecem os seus pontos de venda, não advinham e não entram para comprar. “Os livreiros de tradição da cidade só têm dois ou três números para os colecionadores. Eles próprios dão um tiro no pé”, desabafa o director da revista quase centenária.

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A estratégia de divulgação da publicação vai passar também pela comunicação social: a Associação Comercial do Porto está a pensar criar um spot publicitário para passar nos principais orgãos de comunicação. Haverá também um concurso de cartoons, de certa forma lembrando a tradição humorística que a revista teve no período áureo em que era dirigida por Magalhães Bastos. Vão ser organizadas corridas pedestres com equipas que partem de vários sítios históricos da cidade e em que um elemento passa o testemunho ao próximo até se encontrarem na Sé do Porto.

E porque falar d`O Tripeiro é falar de história, a Associação tem na manga outro trunfo: um programa com o professor José Hermano Saraiva. No âmbito do programa de televisão “A Alma e a Gente”, o historiador vai falar d`O Tripeiro. Augusto Canedo disse ao JPN que o guião do programa já está a ser estudado.

Em Outubro, a figura do ardina vai voltar às ruas do Porto. A equipa d`O Tripeiro pensou em recriar essa figura como forma de chamar a atenção para aquela revista. “Imagine o ardina a descer a rua dos Clérigos a dizer que já saiu O Tripeiro do mês. Vai ser giro”, diz o director da revista. O primeiro lançamento será feito nas ruas pelo “ardina” e num café concerto recriado em espaços típicos como o Majestic ou o Guarani. Nos meses seguintes, a história repete-se. Conferências como a de ontem também vão continuar a ser foruns de discussão sobre a cidade e extensões d`O Tripeiro.