A Praça da Liberdade no Porto foi hoje palco de um exercício de simulação de acidente com um dos novos autocarros a hidrogénio que servem a linha 20. O simulacro envolveu as várias entidades de intervenção e condicionou o trânsito na Praça. O exercício foi organizado pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), com o apoio do Batalhão de Sapadores Bombeiros e teve como objectivo testar e melhorar a resposta dos meios de segurança (Bombeiros, INEM, PSP e Polícia de Trânsito) e a comunicação entre as diferentes entidades.

As operações de resposta ao acidente começaram pelas 10:30 e demoraram 45 minutos, sensivelmente o tempo previsto para o exercício. O subcomandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, Aidos Rocha, considerou que a simulação teve um “balanço positivo” e que “permitiu testar a comunicação entre as diferentes entidades”.

O subcomandante sublinha a necessidade de acertos na intercomunicação entre entidades, referindo que há “margem de progressão” e necessidade de melhoramentos neste domínio. Aidos Rocha lamenta a interrupção da ligação directa entre o número de emergência 112 e os Bombeiros que dura desde o fim da semana passada, por razões que desconhece.

Opinião semelhante tem Luís Meira, responsável do INEM, afirmando que existem “aspectos de pormenor [a acertar], nomeadamente na comunicação”. “Cada entidade tem procedimentos e rotinas próprias e há que articular essa rotinas”, diz Luís Meira. Para o responsável do INEM, a eficiência da resposta a emergências passa mais por exercícios de treino como o de hoje do que pelo apetrechamento de meios tecnológicos.

Teste à segurança dos autocarros a hidrogénio

A STCP pretendia também com este exercício, familiarizar os meios de intervenção com os novos autocarros movidos a pilha de combustível, bem como testar a capacidade de resposta interna da empresa. Os autocarros a hidrogénio, conhecidos por H2Bus, circulam no Porto desde Fevereiro na linha 20 (Praça da Liberdade).

Os H2Bus inserem-se no programa da União Europeia “Clean Urban Transport for Europe” (CUTE) que pretende reduzir o nível das emissões de CO2 para a atmosfera. O Porto é uma das nove cidades integradas no projecto.

Neste esforço ecológico da STCP inserem-se também os veículos a gás natural, uma tecnologia que representa 30% da frota da empresa (175 viaturas). Desde que este tipo de veículos começaram a circular no Porto, há três anos, não se registaram quaisquer problemas ao nível da segurança. A este nível, os novos H2Bus foram, segundo o comunicado da empresa, “buscar grande parte da filosofia já amplamente testada em autocarros a gás natural”.

Pedro Rios