Forças do exército israelita levaram a cabo, esta madrugada, uma incursão em Rafah e Tel Sultan que resultou na morte de 12 palestinianos. É a resposta de Telavive ao ataque palestiniano de há dois dias que vitimou cinco soldados israelitas, na sequência de uma explosão num blindado.

A operação desta madruga envolveu dois ataques aéreos. O primeiro teve lugar em Rafah e matou três pessoas. O segundo vitimou oito através do lançamento de dois mísseis sobre Tel Sultan. A outra vítima mortal resultou de um tiroteio entre dois palestinianos e militares israelitas. O número de feridos ascende aos 30.

Em terra, os bulldozers israelitas demoliram algumas casas e os soldados fizeram revistas em todas as casas do campo de refugiados de Rafah. Um dos objectivos das forças de Israel passa pelo desmantelamento das redes de tráfico de armas entre o Egipto e a Faixa de Gaza identificadas pelos militares israelitas.

Já esta manhã, duas crianças foram mortas a tiro pelas tropas israelitas, em sua casa, no bairro de Tel Sultan. Também faleceu um activista palestiniano em consequência de graves ferimentos que lhe tinham sido inflingidos.

Amnistia Internacional condena Israel

Na sequência dos últimos acontecimentos na Faixa de Gaza, a Amnistia Internacional (AI) publicou hoje um relatório onde condena a destruição dos edifícios palestinianos. “A destruição injustificada, por parte dos israelitas, de centenas de casas de palestinianos e israelitas árabes (…) atingiram níveis sem precedentes e devem parar imediatamente” diz a AI.

A AI estima que nos últimos três anos e meio tenham sido demolidas mais de três mil casas e é clara na sua avaliação: “as demolições, nos territórios ocupados, são normalmente perpetradas como castigos colectivos pelos ataques palestinianos ou para facilitar a expansão ilegal do território israelita”. Nos dois casos, diz a AI, estão a ir contra o Direito Internacional e algumas destas situações são mesmo classificadas pela organização como “crimes de guerra”.

Liliana Filipa Silva

Foto: Reuters