O número de desempregados diminuiu 1,9% no mês de Abril relativamente ao mês anterior. Os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) sobre Abril, divulgados ontem, confirmam a tendência de desaceleração do crescimento do desemprego. No entanto, relativamente ao mês homólogo de 2003, regista-se um aumento de 9,1% no número de inscritos nos centros de emprego, o equivalente a 38.461 novos desempregados.

O relatório do IEFP atribui uma “forte componente sazonal” como causa para esta diminuição do desemprego, mas sublinha que em Abril de 2003 o número de desempregados inscritos nos centros de emprego tinha registado um acréscimo mensal de 0,6%. Desde Julho de 2003 que os acréscimos homólogos do desemprego se mostram cada vez menores, evidenciando uma tendência de desaceleração no crescimento do desemprego.

Ao contrário da evolução geral do crescimento do desemprego, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego há um ano ou mais registou uma subida de 0,9% relativamente ao mês anterior e de 24,8% em relação a Abril de 2003. Desta forma, no mês passado estavam inscritos nos centros de emprego 191.415 desempregados nesta situação, enquanto que em Abril de 2003 havia 153.354 registos.

A procura de novo emprego, situação que inclui 93,4% dos desempregados, registou um acréscimo de 9,4% em relação a Abril de 2003, enquanto que a procura do primeiro emprego aumentou 5%.

Aumento do desemprego nas profissões qualificadas

Relativamente a Abril de 2003, o aumento do desemprego regista-se sobretudo nas profissões a que normalmente são atribuídos níveis de qualificação elevados. O ensino é a área com maiores aumentos – os números do desemprego nos profissionais de nível intermédio de ensino dão conta de um acréscimo de 45,6%. Seguem-se os directores e gerentes de pequenas empresas (+19,6%) e os docentes do ensino secundário e superior (+17,4%).

De assinalar o agravamento do desemprego em 17,1% nas áreas da indústria extractiva e da construção civil.

Todas as regiões do país registaram diminuições mensais do desemprego, registando-se as maiores descidas no Centro (-3,3%), Alentejo (-5,4%) e Algarve (-15,8%). Por outro lado, o Norte do país e a Madeira continuam a ser as regiões com maiores aumentos de desemprego, em termos anuais: +17,3% e +10,9%, respectivamente.

Pedro Rios