O tema foi tratado esta manhã em conferência de imprensa na cidade dos arcebispos, na qual participaram elementos do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do distrito e trabalhadores da área.

José Maria Ferreira, presidente e coordenador da direcção da unidade sindical, avisa que “a situação da construção civil em Braga é assustadora”. De acordo com os dados avançados pelo sindicalista ao JornalismoPortoNet, só os distritos de Viana do Castelo e Braga empregam cerca de 35 mil trabalhadores, um quinto dos quais ficou recentemente no desemprego.

“No distrito há cerca de 30 empresas com falência já declarada ou a declarar nos próximos meses e mais de 60 estão com dificuldades”, acrescenta José Maria Ferreira. Estes números pessimistas reflectem a realidade do país em termos de construção civil. De acordo com o dirigente sindical, “o maior surto de desemprego aconteceu entre Julho de 2003 e Abril de 2004 com a finalização das grandes obras do Euro: os estádios, as acessibilidades, as auto-estradas”, as quais foram responsáveis por colocar cerca de 4 mil trabalhadores no desemprego no distrito de Braga.

“O governo só tem uma solução”

Segundo José Maria Ferreira a única forma do governo impedir o agravamento da situação passa por “pôr em execução, no mais curto espaço de tempo, todas as obras públicas que estão paradas por falta de pagamento” e acrescenta que neste momento “há mais de 500 obras paradas no distrito de Braga”. No entender do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil “o governo errou ao fechar o investimento público”. Agora, a melhor solução é “reconhecer o erro e considerar que o sector é uma área altamente problemática”.

Andreia Parente