Dezassete anos depois, o Porto volta a vencer a Liga dos Campeões com o resultado de 3-0 sobre o Mónaco.

Vítor Baía e Jorge Costa, os jogadores que há mais tempo envergam a camisola azul e branca, foram os primeiros a erguer a Taça de Campeões Europeus. A taça mais prestigiante do futebol europeu volta a viajar para o Porto, dezassete anos depois da mítica final de Viena. Se no jogo de 1987, Madjer e Juary marcaram a diferença, em Gelsenkirchen foram os pés de Carlos Alberto, Deco e Alenitchev que garantiram a vitória portista.

Ao contrário do que o resultado possa indicar, a vitória não foi fácil para o FCP. O Mónaco entrou melhor em jogo. As duas equipas mostravam ter o “trabalho de casa” feito, não perdendo tempo em estudo mútuo. Apresentaram-se ambas no sistema 4-4-2. Durante os primeiros minutos, o FCP teve alguns sustos. Aos 3 minutos, uma saída de Baía impediu o golo do isolado Giuly.

O jogo entraria num período de acalmia e poucas ocasiões de golo preencheram a primeira parte. Giuly sairia lesionado aos 23 minuto e substituído por Dado Prso.

O golo do FCP surgiria pelos pés de Carlos Alberto, aos 39 minutos, a aproveitar um ressalto. Foi o primeiro golo nas competições europeias para este jovem de 19 anos. E melhor ocasião não haveria do que uma final da Liga dos Campeões e dar o impulso inicial para a vitória do Porto.

As equipas reentraram em campo para a segunda parte sem alterações. Cerca de 15 minutos após o intervalo, a iniciativa do jogo passou para o Mónaco. As hesitações da defesa portista e a incapacidade de gestão da bola a meio campo permitiram ao Mónaco sufocar por momentos o Porto. A vencer por 1-0, o FCP estava longe de controlar o jogo.

A aposta no ataque por parte de Didier Deschamps, o técnico do Mónaco, criou espaços na retaguarda francesa. Mourinho fez entrar Alenitchev aos 59 minutos para tentar recuperar o controlo a meio campo.

Aos 71 minutos, contra a corrente de jogo, em contra-ataque, Deco assiste Alenitchev que devolve o passe ao brasileiro. Com calma e classe, Deco atira a bola para o canto direito da baliza de Roma. Até aí apagado do jogo, o brasileiro do Porto volta a ser decisivo.

O Porto consolidava a vitória que seria confirmado quatro minutos depois por Alenitchev com um disparo fortíssimo, depois de um centro de Derlei. A aposta de Mourinho no russo – que já havia feito um golo importante na final de Sevilha em 2003 – estava ganha e o jogo aproximava-se do final com a vantagem confortável de 3-0 para o FCP.

O Porto torna-se a segunda equipa da história a conquistar a Taça UEFA e a Liga dos Campeões em duas épocas consecutivas, depois do Liverpool, que ganhou a Taça UEFA em 1976 e a antiga Taça dos Campeões Europeus no ano seguinte.

Mónaco-FC Porto – Estádio: Arena AufSchalke (Gelsenkirchen)

Mónaco – FC Porto: 0-3 (Carlos Alberto, 39′; Deco, 70′; Alenitchev, 75′) – (Final).

ÁRBITRO: Kim Nielson (Dinamarca).

MÓNACO: Roma, Givet (Squillacci, 71′), Ibarra, Rodriguez, Evra, Bernardi, Sikos, Giuly (Prso, 22′), Cissé (Nonda, 62′), Rothen e Morientes.

FC PORTO: Vítor Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Pedro Mendes, Deco (Pedro Emanuel, 84′), Maniche, Derlei (McCarthy, 76′) e Carlos Alberto (Alenitchev, 59′).

Foto: UEFA