No centro da discussão está a transferência do poder para os iraquianos, a qual deverá acontecer a 30 de Junho, data que simbolicamente põe fim à ocupação do Iraque pelas forças da Coligação. Depois de apresentado o projecto de resolução ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Estados Unidos e França tentam agora limar algumas arestas quanto aos poderes a atribuir ao futuro governo do Iraque.

O governo de Paris quer ver reforçada a soberania do novo governo iraquiano e fixada uma data para a retirada das forças estrangeiras. No entanto, George W. Bush garantiu, na segunda-feira, que as forças norte-americanas deverão permanecer no Iraque “durante o tempo que seja necessário”, e adiantou que poderá enviar mais tropas para o terreno, caso se justifique. Mas a França argumenta que a transferência dos poderes no Iraque terá de ser o mais “real” possível, para evitar pôr em causa a credibilidade do futuro governo de transição. Chirac acresecentou ainda que pretende que 30 de Junho “seja uma verdadeira mudança”, e não apenas uma transição simbólica de soberania.

Tony Blair desfasado das intenções dos EUA

Ainda a propósito da transferência de soberania para os iraquianos, agência Reuters dá conta de alguns mal-entendidos entre os responsáveis pela Coligação. Ao que tudo indica, a confusão intalou-se quando Tony Blair afirmou que o governo de transição iraquiano poderá ter direito de veto sobre as decisões militares no território. Mas Colin Powell apressou-se a corrigir o primeiro-ministro britânico dizendo que a última palavra em assuntos militares será sempre dada pelos Estados Unidos: “As forças americanas permanecem sob o comando americano(…) e farão tudo o que for necessário para se protegerem”, disse o secretário de Estado .

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Ana Correia Costa