As milícias de Moqtada al-Sadr, que nas últimas semanas se têm envolvido em violentos confrontos com forças da coligação, deverão retirar, a meio do dia de hoje, das cidades de Najaf, Kufa e Karbala.

Elementos das milícias confirmaram que a ordem de retirada foi dada, “de forma escrita e verbal”, pelos seus líderes. O anúncio foi feito hoje pelo governo interino do Iraque, na sequência da detenção de um dos principais colaboradores de al-Sadr, ocorrida ontem de manhã. O acordo de cessar-fogo prevê que as milícias de al-Sadr ponham termo à violência e aos ataques contra forças da coligação. As milícias deverão ainda abandonar os edifícios governamentais que se encontram ocupados.

Comandantes da milícia de Sadr disseram à agência Reuters que tinham ordens para abandonar as suas posições nas cidades ocupadas pelo meio dia de hoje. Ainda de acordo com informação da Reuters, al-Sadr terá exigido uma contrapartida para ordenar a retirada das milícias das cidades de Najaf, Kufa e Karbala: o clérigo radical xiita quer que seja suspensa a acusação de assassinato de um clérigo rival. Moqtada al-Sadr é considerado responsável pelo assassinato de Abdel Majid al-Khoei, um clérigo moderado pró-norte-americano. As forças de coligação já haviam manifestado a sua intenção de levar al-Sadr à justiça por este crime.

“Um êxito significativo”

A decisão de Moqtada al-Sadr é encarada como uma esperança para o fim dos confrontos entre as milícias do líder xiita e das forças de coligação. Só nos últimos dois dias morreram 24 pessoas e ficaram feridas 50 nos combates em Najaf. Os números são avançados por fontes hospitalares da região. Tendo em conta a situação de conflito constante que se vive em algumas regiões do Iraque, devido aos confrontos entre milícias e forças da coligação, um alto responsável norte-americano considerou esta trégua um “êxito significativo”.

Responsáveis norte-americanos já haviam anunciado que o líder radical xiita Moqtada al-Sadr tinha concordado num cessar-fogo nas cidades de Kufa, Najaf e Karbala, retirando as milícias e devolvendo os edifícios governamentais ocupados. O acordo foi alcançado ontem ao final do dia, depois de tropas dos Estados Unidos terem detido o cunhado de al-Sadr.

Foto: BBC

Ana Correia Costa