As negociações em curso implicam um aumento de capital da empresa Independente Global, na ordem dos 1,5 milhões de euros, prefazendo assim um volume global de 2,5 milhões. Pedro Pimenta, administrador, revelou ao JornalismoPortoNet (JPN) que a entrada dos novos investidores vai permitir uma mudança: “alarga-se o poder de decisão, que hoje é quase exclusivo da Inês Serra Lopes”.

Supondo um aumento de 1,5 milhões de euros e tendo actualmente a directora do semanário uma participação de 800 mil euros, poderá concluir-se que Inês Serra Lopes continua na liderança. No entanto, Pedro Pimenta avança que “está a tentar-se encontrar um equilíbrio, para que ninguém fique com uma posição claramente dominante. Ela terá mais do que qualquer um dos outros isoladamente, mas não deverá ficar com a maioria de 50%, que aliás ainda não tinha” antes de adquirir a posição de Vítor Cunha (27,5%), que lhe iria proporcionar a detenção de cerca de 80% do capital.

Administração quer “dar o salto”

Pedro Pimenta afirma que “a ideia (do aumento de capital) é de crescimento sustentado sem algumas loucuras”, mas deixa um aviso: “esta entrada (de novos accionistas), a concretizar-se, vai trazer algumas mudanças, não só ao «O Independente», como a outros projectos que já tinham começado, estavam para começar, que poderão parar ou não, ou ser substituídos”.

A decisão sobre o rumo editorial vai demorar a ser alinhada, mas é “já para a semana” que as participações dos novos accionistas ficam definidas. Pedro Pimenta justifica ao JPN o aumento de capital: “chegou-se a uma altura em que este estado de sobrevivência que parecia um bocadinho a agricultura portuguesa já chegava e, ou continuávamos internamente sem grande gozo, ou se tentava dar o salto, e para isso é preciso outra estrutura accionista”.

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“Não há, nesta altura, com outras empresas de comunicação social, contactos para formação de sociedades”, garante o administrador da Independente Global, afastando qualquer possibilidade de ligação a um grupo de empresas na área dos media.

Historial

Os fundadores do «Correio da Manhã» Vitor Direito e Carlos Barbosa surgem à cabeça de um grupo de empresários que inclui também Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente, e um outro empresário. Carlos Barbosa foi fundador d’«O Independente» e é actualmente administrador da PT Multimédia e PT Meios/PT Compras.

Em Abril de 2001, «O Independente» foi adquirido, livre de passivo, à Media Capital por um grupo de investidores encabeçado por Inês Serra Lopes.

De acordo com a Associação Portuguesa para o Controlo das Tiragens, «O Independente» vendeu, em 2003, uma média de 15.500 exemplares por edição, menos 42% do que em 2002.

Manuel Jorge Bento