Há um vasto conjunto de consequências que o tabaco pode ter, não só para quem fuma, como também para quem está sujeito ao fumo passivo. Segundo o Conselho de Prevenção do Tabagismo (CPT), “fumar faz mal a quase todos os sistemas do organismo, embora as doenças mais conhecidas sejam as cardiovasculares, cancros e doenças respiratórias. No entanto, todo o organismo é afectado, desde o sistema urinário, à pele”.

Para os jovens, alguns riscos podem ser acrescidos. Filipa Peixoto, do CPT, explica que “os jovens correm mais riscos, porque os órgãos ainda não estão completamente formados” e por isso “são mais frágeis”. Para além disso, como estão em desenvolvimento, as células reproduzem-se com mais rapidez, inclusive as células más. “Assim os cancros nos jovens podem desenvolver-se mais depressa”.

Malefícios do tabaco

Segundo a Direcção Geral de Saúde (DGS), o fumo do tabaco contém cerca de quatro mil compostos químicos, dos quais mais de quarenta são cancerígenos. Mas aos produtos do tabaco são por vezes adicionadas várias substâncias cujas consequências para a saúde ainda não são bem conhecidas.

De acordo com dados da DGS, um terço dos casos de cancro estão relacionados com o tabaco, tais como: cancro do pulmão (90%), do aparelho respiratório superior, da bexiga, rim e colo do útero. Mas os riscos para a saúde não se ficam por aqui. Fumar também origina doenças do aparelho circulatório, bronquite crónica, enfisemas, asma e irritação ocular.

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Nas mulheres fumadoras os riscos são acrescidos e vão desde menor fertilidade e menopausa precoce, a risco agravado de osteoporose. Durante a gravidez, o consumo regular de tabaco aumenta o risco de aborto espontâneo, gravidez ectópica (fora do útero) e prematuridade.

No entanto, as consequências do tabagismo estendem-se também a não-fumadores que estão constantemente sujeitos ao fumo passivo. Segundo a DGS, estas pessoas têm uma maior probabilidade de contrair cancro de pulmão, doenças cardiovasculares e outras patologias respiratórias crónicas.

Efeitos de fumar

A nicotina é o princípio activo do tabaco e é uma droga aditiva que, como várias outras, implica tolerância, dependência farmacológica e psicológica e sintomas de privação.

Fumar um cigarro faz aumentar o ritmo cardíaco e a frequência respiratória arterial, o que gera uma aceleração de todo o organismo. Depois de inalada, a nicotina vai actuar no Sistema Nervoso Central de forma quase imediata e o fumador corre o risco de se tornar adito da substância.

A supressão da taxa de nicotina no sangue produz o chamado síndroma de abstinência tabágica que se caracteriza por excitação, aumento da tosse, ansiedade, aumento de peso e até agressividade.

Andreia Parente

Foto: Organização Mundial de Saúde