Numa altura em que o movimento associativo se encontra em ruptura, o JornalismoPortoNet foi saber quais as posições de várias Associações Académicas.

A contestação estudantil é a face mais visível do movimento associativo português. Este ano, contudo, os protestos não tiveram a dimensão de anos anteriores devido a divisões entre os estudantes do ensino público e do privado.

O ponto de ruptura foi a marcação do Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA) para 4 de Novembro, o mesmo dia da manifestação nacional contra as políticas educativas do Governo. A iniciativa partiu da Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Particular e Cooperativo (FNAESPC), que pretendeu demarcar-se dos protestos.

Por trás destas divisões não estão apenas motivos académicos, mas também motivos políticos. Enquanto o presidente da FNAESPC, José Alberto Rodrigues, acusa os partidos de esquerda de partidarizarem as manifestações, um dos organizadores da manifestação, Nuno Duarte, da Faculdade de Ciências de Lisboa, afirma que a FNAESPC é controlada pelo PSD.

Mas nem só a política separa as associações de estudantes. Na opinião do presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Nuno Reis, o principal pomo de discórdia é a forma de encarar a defesa dos estudantes. Por um lado, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) e a Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUA) seguem uma via mais moderada. Por outro, as Associações de Coimbra e de Évora preferem uma estratégia mais interventiva. A Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUALG), por sua vez, coloca-se, tal como a FAP, numa posição intermédia, no que diz respeito a futuras acções de protesto.

Ana Sofia Coelho, Léccio Rocha e Tiago Dias