Mário Dorminsky, director do Fantasporto, mostrou-se desagradado com a ausência de referências ao “seu” festival nas palavras de Rui Rio, na homenagem da autarquia ao evento. O responsável pelo festival de cinema lamentou o facto da cultura não fazer parte das prioridades do município, dizendo que «uma cidade não se faz só de obras, do plano social mas também através da cultura, do turismo e dos serviços».
Na presença da organização e dos convidados do Fantasporto, que incluiam um elevado número de realizadores, produtores e júris estrangeiros, Rui Rio resumiu em poucas palavras tudo o que tinha a dizer sobre o festival de cinema. De seguida, o autarca aproveitou a ocasião para referir os três principais objectivos do executivo para os próximos tempos – diminuir as assimetrias sociais, corrigir a desertificação da baixa portuense e desenvolver o metro – o que acabou por ocupar a maior parte do seu discurso. O autarca lembrou ainda a inauguração da Casa da Música, no próximo dia 14 de Abril.
Por seu lado, Dorminsky preferiu falar de “costumes que rodeiam o Fantasporto e de locais bonitos da cidade”, acrescentando mais tarde que o tinha feito para também não falar da Câmara Municipal.
Protocolo assinado
As duas partes anunciaram a assinatura de um protocolo válido para 2004, 2005 e 2006, que permite ao Fantasporto ter mais apoio do município portuense, embora apenas no campo logístico. Segundo Mário Dorminsky, “o acordo é inédito, mas tem uma base de financiamento baixíssima”. Para o próximo ano prevê-se a verba de 25.000 euros. No passado, o Fantasporto chegou a receber o dobro da autarquia.
A cerimónia incluiu um Porto de Honra habitualmente servido à beira-rio e que este ano se deslocou para os Paços do Concelho, devido aos 25 anos do festival. Foi também oferecida ao Presidente da Câmara uma medalha comemorativa da efeméride.