As autoridades iraquianas anunciaram hoje que o juíz Barwize Mohammed Mahmoud e o seu filho, advogado, ambos a trabalhar no tribunal especial que tem a responsabilidade de julgar Saddam Hussein, foram mortos a tiro ontem de madrugada em Bagdade. O atentado não foi reinvidicado e desconhece-se ainda o móbil do crime.

Apesar de um funcionário do tribunal ter afirmado que as mortes foram provocadas por questões meramente pessoais, o outro filho de Mahmoud, citado pela agência Reuters, acredita que houve motivações políticas para o atentado já que o seu pai estava empenhado em levar à justiça Saddam Hussein e as altas patentes do partido BAAS.

A polícia iraquiana afirma estar a trabalhar para descobrir os autores destes crimes, que acontecem um dia depois de cinco membros do antigo regime iraquiano, incluindo um meio-irmão de Saddam, terem sido indicados pelo tribunal especial para serem julgados por crimes contra a humanidade.

Foi o primeiro assassínio de um membro deste tribunal especial, que é composto por 50 juízes, magistrados de investigação e procuradores. O tribunal foi constituído em 2003, com o objectivo específico de julgar o ex-ditador iraquiano e outros membros do seu regime por crimes contra a humanidade e outros crimes de guerra relacionados com os conflitos contra o Irão e contra o Kuwait.

Miguel Conde Coutinho