Quase 12% dos alunos da Universidade do Minho (UM) não usaram preservativo na última relação sexual com um parceiro ocasional. Este é o dado mais surpreendente de um estudo sobre infecções sexualmente transmissíveis realizado pelo Núcleo Piloto Norte da Comissão Nacional de Luta contra a Sida, em colaboração com o Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho e apresentado hoje.
O investigador Paulo Nossa, da UM, salienta que o valor nacional dos relacionamentos ocasionais sem preservativo é de 10%, pelo que não era esperado um número tão alto no âmbito universitário, dado que se trata de um grupo social “com muita informação”. O estudo revela até que 98,4% dos inquiridos reconhece que o uso do preservativo reduz o risco de transmissão do vírus da sida e que cerca de dois terços dos estudantes já participaram em acções de sensibilização sobre o tema.
Outro dado revelado pelo estudo é o facto dos comportamentos sexuais de risco serem maiores no sexo masculino e tenderem a aumentar com a idade. Segundo Paulo Nossa, essa tendência deve-se à “banalização do risco” que vem associada com a maior experiência sexual. De acordo com o investigador, a “classe modal de portadores do vírus da Sida é a dos 25-30 anos”, o que confirma a referida tese.
Os restantes dados do estudo – que aborda também o consumo de álcool, tabaco e drogas leves e duras – estão dentro da média nacional, o que é um “sinal de confiança”. “Não há excepcionalidades”, refere Paulo Nossa, para quem a homogeneidade deve-se não só ao facto dos estudantes da UM virem de todo o país, mas também por a investigação ter sido conduzida em Maio, período em que “os comportamentos dos estudantes a nível nacional se harmonizam”.
O estudo conduzido na UM é apenas um subgrupo da investigação realizada em várias zonas do país, que pretende contribuir para o desenvolvimento de políticas de prevenção mais eficazes na luta contra a Sida, a nível universitário. Os resultados finais de todas as regiões deverão estar disponíveis até finais de Abril.
