A mostra fotográfica sobre o arquitecto portuense termina em grande com uma conferência onde os conceitos de tradição e modernismo se diluem.

Foi sob o título “Marques da Silva e a Fotografia. Imagens de uma Época” que a Galeria do Palácio de Cristal abraçou a iniciativa do Instituto de Recursos Comuns e Iniciativas da Universidade do Porto (IRICUP) e do Instituto Arquitecto Marques da Silva.

O objectivo da exposição foi lembrar com fotografias e palavras o arquitecto responsável por alguns dos edifícios mais emblemáticos da cidade Invicta, como o Teatro Nacional de S. João, a Estação de S. Bento, a Igreja inacabada de Cedofeita ou o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, na rotunda da Boavista.

Das fotos aos factos

Entre fotografias de Teófilo Rego, objectos pessoais, medalhas e maquetes do arquitecto, a exposição contou com uma conferência aberta ao público. O Professor de História da Arte António Cardoso abriu a conferência com o tema do “beauxartismo”, neologismo que explica, segundo este docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, as influências de Marques da Silva recebidas em Paris, nos tempos de estudante bolseiro.

Seguiram-se as palavras da arquitecta Domingas Vascocelos, que centrou as atenções na antiga casa do arquitecto situada na Praça do Marquês de Pombal. A praça pode agora “vir a ser valorizada” com as obras do metro.

Valorizar as raízes do Porto

Marques da Silva foi assim recordado como alguém que foi aprender novas técnicas lá fora, mas que nunca esqueceu o contexto nacional. Na opinião de António Cardoso, o legado do arquitecto portuense não deve ser esquecido, pois contém as raízes do Porto. O ideal seria “valorizá-lo e não deitar as suas casas a baixo”, nem torná-lo vítima da chamada “tirania do morto”, disse.

Este “ciclo” Marques da Siva organizado pelo IRICUP e pelo Instituto com o nome do arquitecto termina oficialmente com o laçamento do catálogo da exposição na sexta-feira, dia onze de Março.

Bruna Pereira