Damasco anuncia hoje que parte das tropas sírias estacionadas no Líbano vão regressar após 29 anos de ocupação.

O presidente da Síria, Bashar Assad, vai anunciar hoje que a presença militar síria no Líbano vai ser diminuída. Segundo o que está a ser noticiado pelas agências internacionais, Damasco está empenhada em retirar parte das suas tropas e colocar as restantes perto da fronteira.

A decisão foi tomada na sequência da enorme pressão exercida pela comunidade internacional sobre o Governo sírio, onde pontificaram os Estados Unidos e o Reino Unido, que ameaçaram o país com sanções. Mas foi a recente posição dos pesos-pesados árabes Egipto e Arábia Saudita, que também pediram a Damasco para retirar as tropas do Líbano, que poderá ter contribuido decisivamente para a retirada parcial que se espera ser anunciada hoje.

A decisão parece também ser consensual nos media árabes, que consideram que já está na altura da Síria desenvolver esforços para retirar do Líbano.

O assassinato do ex-primeiro ministro libanês Rafik Hariri, líder político muito respeitado no país, desencadeou uma manifestação em massa do país contra a ocupação síria. Tanto a oposição anti-Síria como a generalidade da população responsabilizaram Damasco pelo crime, apesar do Governo sírio negar qualquer envolvimento.

As tropas sírias estão estacionadas no Líbano desde Junho de 1976, um ano depois do início da guerra civil no Líbano, atingindo 35.000 soldados – o número mais elevado ao longo dos 29 anos – em 1990. Actualmente, as forças sírias presentes no país vizinho estão reduzidas para 14.000 soldados.

Miguel Conde Coutinho