O consumo de electricidade está a aumentar em média 11% ao ano, segundo um relatório da EDP. Num ano normal, segundo a média histórica de desenvolvimento do país, a evolução do consumo deveria rondar os 5% ou 6%.

A vaga de frio e a seca extrema que tem abalado o nosso país têm causado alterações profundas no consumo de electricidade. Por um lado, o frio fez disparar os contadores de electricidade. Segundo fontes da EDP, o aumento de electricidade pode chegar aos 20%. Por outro lado, se a chuva não chegar em breve, prevê-se o aumento significativo dos custos de produção da electricidade.

A seca fez com que as centrais hidroeléctricas apenas contribuissem 20% para a produção da electricidade. As centrais térmicas, que utilizam como matéria prima o carvão, o gás natural e o fuel, têm suportado grande parte da produção de electricidade. Segundo números da EDP, constata-se que as hídricas da companhia estão a produzir menos 63% que no ano passado, enquanto as termoeléctricas acentuaram a sua produção em 53%.

O recurso às centrais térmicas, cujas matérias-primas estão sujeitas às leis de mercado, avizinha um aumento do custo da electricidade. A evolução do preço dos combustíveis, combinada com a pluviosidade no segundo trimestre do ano e a possível extensão da vaga de frio, deverão influenciar decisivamente a alteração das tarifas da electricidade, que vai acontecer em Junho próximo.

Agostinha Garcês de Almeida