O presidente do Sindicato de Professores do Norte receia que a compra da Moderna pela Lusófona pode levar à falência da Portucalense.

Como está a situação dos professores da Portucalense?
A motivação dos docentes na Portucalense é extremamente baixa. Há um mal estar instalado que eventualmente os alunos acabam por sentir. Tudo isto porque a Universidade Portucalense está sob pressão, tem menos alunos e consequentemente menos dinheiro.

Como vê a entrada da Lusófona no ensino superior no Porto?
A Lusófona queria vir para o Porto e resolveu investir o seu dinheiro na Universidade Moderna e não na Portucalense, o que pode levar à falência da Portucalense. A Universidade Portucalense tem hoje em dia menos 130 docentes. Estão a despedir gente altamente qualificada e a substitui-los por “tarecos”.

Relativamente aos docentes da Moderna do Porto, como vê o seu futuro?
A COFAC diz que em relação aos docentes não há despedimentos, mas para esse peditório não dou antes de confirmar. Quando me dizem que não há despedimentos, estão a usar terminologias técnicas que não me satisfazem. O melhor é perguntar ao “paciente” [docente] porque se ele pede subsídio de desemprego é porque eventualmente há despedimentos! Há contratos precários, que poderão acabar por não ser renovados e depois dizem que não são despedimentos.

O Sindicato de Professores do Norte pretende tomar alguma decisão em relação aos possíveis despedimentos e falta de pagamento de salários em atraso?
O sindicato não vai fazer nada. Temos uma questão de salários em atraso, que podem não ser cobertos pela Lusófona pois esta universidade comprou a Moderna mas não comprou as suas dívidas. A Universidade Moderna tem dificuldade em cumprir para com os docentes, mas desconheço como vai ser resolvida esta situação.

Pedro Gonzaga Nolasco