A primeira paragem foi em França. Mais tarde na Bélgica. As cidades estão calmas e em silêncio como sinal de respeito: os sinos das igrejas não tocam entre a Sexta-feira da Paixão e o Domingo de Páscoa. Há até uma lenda local que diz que os sinos voam para Roma até à Pascoa e quando regressam deixam cair ovos para que em todos os povos os encontrem. As crianças belgas, não deixam esta lenda ao acaso e fazem ninhos de palha para que o coelho da Páscoa os encha de ovos.

Ao passar nos Estados Unidos descobrimos uma nova tradição. Lá, as crianças brincam às escondidas com os ovinhos. Cozidos, decorados com tintas, são escondidos pelos pais no quintal ou dentro de casa, para que as crianças os encontrem.

A Páscoa da Suécia faz lembrar o Halloween americano. Na Quinta-feira Santa, ou na véspera da Páscoa, as crianças suecas vestem-se de bruxos e feiticeiros, visitam os amigos e vizinhos, deixando um cartão decorado, na expectativa de um doce ou até dinheiro…

Na Páscoa da Bulgária, pintam-se ovos cozidos após a missa na Quinta-feira Santa. Fazem-se pães pascais chamados “kolache” ou “kozunak”. Os pães e ovos são abençoados e dados aos amigos turcos da família – padrinhos, madrinhas, pais e parentes. Após o almoço de Páscoa, chega a altura de dar uso finalmente aos ovos: cada pessoa da família pega no seu ovo e bate nos ovos dos outros – quem ficar com o ovo inteiro terá um ano recheado de sorte.

Costumes estranhos, tradições peculiares. Na Rússia, por exemplo, há cristãos que se cumprimentam no dia da Páscoa com a saudação “Cristo ressuscitou” e respondem com um “ressuscitou realmente”. Por cá, assim como em Espanha, há também costumes peculiares. São muitas as pessoas que se reúnem no Sábado de Aleluia para queimar um boneco que simboliza Judas, apóstolo que traiu Jesus. No entanto, que este hábito é condenado pela Igreja Católica.

A viagem está a chegar ao fim. Do outro lado do mundo, na Índia e China, a Páscoa tem um significado diferente. A população indiana, que segue a religião hindu, promove o festival Holi, para lembrar como o deus Krishna apareceu.

Última paragem, a China. Neste país, na época em que nós comemoramos a Páscoa, eles celebram o Ching-Ming. Durante essa festividade, os devotos visitam os túmulos dos seus ancestrais e fazem oferendas, como refeições e doces. O objectivo é deixar os ancestrais satisfeitos com seus descendentes.

Agostinha Garcês de Almeida