Em cena no Teatro Sá da Bandeira desde 19 de Março, já foram muitas as pessoas que assistiram à adaptação do clássico da comédia americana da Garson Kanin. O elenco é de luxo, destacando-se João Baião, Maria João Abreu, José Raposo, Lurdes Norberto, Joaquim Rosa e Mário Jaques.

Com a peça, o Teatro Sá da Bandeira ganhou uma oportunidade de reconquistar o público do Porto. Filipe La Féria “quis dar dignidade” ao teatro que receberia a “Rainha do Ferro Velho” e por isso investiu 100 mil euros na remodelação da sala que até aqui foi votada ao abandono.

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Em entrevista ao JPN, a representante da equipa de produção de Filipe La Féria, Isabel Sousa, explica que a escolha do Sá da Bandeira como palco desta peça se deveu ao facto de “ser uma das salas mais belas do Porto. Embora estivesse bastante degradada, toda a sua arquitectura é muito rica. Filipe La Féria sentia um grande desgosto se não viesse apresentar um espectáculo dele nesta sala de espectáculos. Daí pensou-se em lavar a cara a este teatro. Pelo menos criar o mínimo de condições para dar dignidade ao espectáculo.”

“O cenário teve de ser todo transformado e adaptado ao espaço da sala. Tudo isto representou custos elevadíssimos a nível de cenário, de equipamento de luz, de som…”, adianta Isabel Sousa não deixando de admitir que o esforço tem sido recompensado pelo carinho e simpatia do público da invicta.

Se a adesão do público continuar, a Rainha do Ferro Velho permanecerá em cena até finais de Maio. Entretanto, já no próximo dia 19 de Abril, o Teatro Sá da Bandeira recebe a estreia da peça infantil “A Menina do Mar” que contará com a participação de jovens actores recrutados na cidade do Porto por Filipe La Féria.

Com estas apostas, La Féria está cada vez mais próximo de “adoptar” a cidade do Porto. Em declarações ao “Jornal de Notícias”, o encenador deixou no ar a possibilidade de vir a construir uma companhia de teatro cá no Porto. “Por vontade dele até montará um espectáculo de raiz, com actores do Porto, com técnicos do Porto, em que a estreia seja no Porto, independentemente de acabar por ir para Lisboa”, diz Isabel Sousa.

Diana Fontes
Hugo Manuel Correia