Estudantes do ensino básico e secundário manifestam-se hoje um pouco por todo o país. No Porto os alunos reuniram-se em frente à Câmara Municipal, para irem depois em desfile até à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). “Estamos aqui reunidos contra as aulas de 90 minutos, pela implementação das aulas de educação sexual, melhores condições humanas e materiais nas escolas, mais funcionários e fundos para melhorar o ensino e contra os exames nacionais do 9º e 12º anos”, afirma o organizador da manifestação e presidente da associação de estudantes da escola Fontes Pereira de Melo, Vasco Sotto Mayor.

O estudante do 12º ano e organizador da manifestação defende que a progressão dos estudos para os alunos do 9º ano está cada vez mais dificultada. Vasco afirma que “não é com exames que se melhora a qualidade de ensino”. O líder estudantil pensa que a qualidade do ensino passa por acções de formação para professores. “Não se melhora o ensino com exames. Dessa forma está-se apenas a criar barreiras”, afirma Vasco Sotto Mayor. O estudante defende que a avaliação deve ser contínua. As mesmas razões são apontadas pelo líder estudantil para acabar com os exames nacionais do 12º ano.

O fim das aulas de 90 minutos, a implementação da educação sexual nas escolas e o ensino “gratuito e de qualidade” são outras das exigências dos estudantes. Vasco Sotto Mayor defende que a partir dos 45 minutos de aula os alunos perdem a concentração e “o rendimento diminui”. O organizador da manifestação defende que “é necessário acabar com o tabu que envolve a educação sexual das escolas”, considerando ser “surpreendente como uma lei que foi aprovada há mais de 20 anos ainda não foi implementada”.

“Estudantes unidos jamais serão vencidos” e “Mudar a situação está na nossa mão” foram algumas das palavras de ordem ouvidas hoje de manhã, em frente à Câmara do Porto. A manifestação foi organizada pelas associações de estudantes da Invicta que compareceram a uma reunião convocada pelo presidente da Associação de Estudantes da Escola Fontes Pereira de Melo, Vasco Sotto Mayor. A nível nacional, o dia de luta foi marcado durante uma reunião das associações de estudantes de todo o país em Setúbal. Vasco Sotto Mayor explica que foi escolhida esta altura porque os alunos ainda não estão em época de exames.

Andreia Ferreira