A Casa da Música abre hoje finalmente as suas portas. Seis anos depois, a cidade do Porto ganha uma “caixinha de música gigante”, que combina a dimensão arquitectónica com o acesso ao mundo da música.

O arquitecto Rem Koolhas, autor da Casa da Música, disse numa entrevista ao Jornal de Notícias (JN) que não quis “fazer um edifício público, mas em fazer um edifício para o público.” Um desafio forte proposto por Koolhas que os portuenses ainda não aceitaram, ao que o JPN apurou junto do edifício, na Boavista.

A Casa da Música prende o olhar até dos mais distraidos. O pó, o barulho das obras e das máquinas, aos quais os portuenses já se tinham habituado, deram lugar a um edificio imponente.

No dia anterior à inauguração oficial, foram muitos os populares que quiseram marcar presença no espaço. “Um edifício bonito”, “um espaço grandioso” ou simplesmente “um edifício muito esquisito”. São atributos que muitos transeuntes aplicam à Casa da Música. Mas a verdade é que poucos sabem quais os grupos que iam abrir os palcos do edifício.

“Fala-se muito da inauguração, mas não sei quem vem cá actuar…”, afirma Helder, um jovem estudante que passava na rotunda da Boavista. Como este jovem, muitos outros populares não estavam infomados: “Não sei quem vem cá, mas também de certeza que não podia assistir ao concerto pois ouvi dizer que os bilhetes eram muito caros”.

“É uma obra bonita, mas demasiado cara”, afirma João Cipriano. “Não sou contra estas coisas da cultura, mas acho que devem ser repensadas as prioridades”. Uma opinião partilhada por Amélia, uma vizinha da Casa da Música que acredita que “as gentes do Porto precisam de outro tipo de infra-estruturas. Enquanto houver pessoas no limiar da pobreza, não se compreende os milhões de euros gastos neste edifício”.

“Um edificio ao nível do melhor que há na arquitectura europeia”, afirmam Marie e Obelie, duas francesas de férias em Portugal. As duas jovens acreditam que a “Casa da Música vai ser um passo para a internacionalização da música em Portugal”. As francesas queixam-se dos preços, confessando que “o acesso à cultura devia ser livre ou pelo menos mais acessível”.

Para já, a adesão tem sido bastante positiva. Nestes próximos dias de abertura, a Casa da Música tem os espectáculos lotados, e espera-se que os auditórios fiquem repletos. Resta esperar para ver se a adesão continua em massa, ou se esta enchente inicial fica por aqui.

Agostinha Garcês de Almeida