“O bom senso é essencial para os jornalistas cumprirem os princípios éticos da profissão.” Quem o diz é José Pedro Frazão, um dos organizadores da conferência “Alarmismo e bom senso em saúde ambiental”. Na conversa que teve com o JPN, o jornalista da Rádio Renascença realçou a grande dificuldade que os jornalistas têm em compatibilizar as exigências do mercado com a necessidade de informar e formar os cidadãos sobre saúde e ciência. É esse o objectivo da conferência de hoje, sexta-feira, organizada pela Associação de Repórteres de Ciência e Ambiente (ARCA), no Café Guarany, no Porto.

Mas José Pedro Frazão acredita que se os jornalistas “informarem com rigor, o público fará o seu juízo sobre a qualidade das notícias“. E diz que o alarmismo não é provocado só pelos jornalistas: “há de facto cientistas que usam a comunicação social para fazer passar os seus resultados, que são muito importantes para as suas carreiras. Mas é exagerado dizer que o alarmismo é provocado só pelos cientistas, como uma forma de se autopromoverem. Penso que é mais fácil colocar a culpa do lado dos media”, refere o jornalista.

A ARCA foi criada recentemente por um grupo de jornalistas de vários orgãos de comunicação do país e tem o objectivo de promover a excelência do jornalismo de ciência, saúde e ambiente em Portugal. José Pedro Frazão frisou o facto de a associação querer “contribuir para que os cidadãos e a sociedade em geral tenham acesso a informação independente, rigorosa e de qualidade nestas matérias”. Entre os fundadores da associação podemos encontrar Humberto Vasconcelos e Filomena Naves, do “Diário de Notícias”, e Ricardo Garcia, do “Público”.

Miguel Conde Coutinho