O Governo aprovou hoje, quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei que adapta os graus e diplomas do ensino superior português ao Processo Europeu de Bolonha. Segundo o que se pode ler no documento, o objectivo é “garantir a qualificação dos portugueses no espaço europeu, incentivar a frequência do ensino superior, melhorar a qualidade e a relevância das formações oferecidas, e fomentar a mobilidade e a internacionalização”.

O diploma foi apresentado em conferência de imprensa pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e prevê a “adopção do modelo de três ciclos de estudos conducentes aos graus de Licenciado, Mestre e Doutor”, que deverá ser alargado também ao ensino politécnico.

Conforme foi anunciado esta manhã por Mariano Gago, o Governo garante o financiamento do segundo ciclo de Bolonha, correspondente ao grau de Mestre, nos casos em que este seja indispensável para a inserção na vida profissional.

Novo sistema de créditos curriculares

Neste conselho de ministros foi também adoptado o sistema de créditos europeus que fixa para as licenciaturas um período de três a quatro anos ou seis a oito semestres curriculares, devendo o estudante adquirir neste ciclo entre 180 a 240 créditos. O diploma estabelece também que “para o grau de mestre são ainda necessários mais três ou quatro semestres curriculares de trabalho, ou seja um ano e meio a dois anos”.

De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, “o sistema de créditos lectivos internacionais baseia-se não no número de aulas, mas no trabalho efectivo que os alunos dispendem para obter determinada classificação nas diferentes disciplinas, o que traz a vantagem de um estudante não ser prejudicado se quiser mudar de instituição ou de país”.

Está também prevista uma “modificação e alargamento das condições de acesso ao ensino superior a maiores de 23 anos que, não sendo titulares da habilitação de acesso, façam prova de capacidade para a sua frequência através da realização de provas”. Mariano Gago confia na capacidade das instituições de reconhecer “a experiência profissional destes” e defende que “a forma de ensinar não pode ser igual para estes novos públicos”. A ideia deverá aplicar-se apenas a “estudantes que não tenham habilitações mas que tenham capacidade para ingressar neste ensino”, explicou ainda Mariano Gago.

Esta proposta de lei deverá entrar em breve na Assembleia da República.

Anabela Couto
Miguel Conde Coutinho