Era meia noite quando se começaram a ouvir os primeiros acordes das guitarras na Cordoaria. O Porto encheu-se de estudantes de capas pretas. Para muitos foi a primeira vez que assistiram à monumental serenata. Para outros, a noite significa o fim de um ciclo. “Esta noite é a minha última noite de serenata como estudante e por isso representa muito para mim, até porque sempre estive ligada a estas tradições académicas”, afirma Carla Gonçalves, finalista de Filosofia.

Com a serenata veio também a chuva. Mas nem assim os estudantes arredaram pé da Cordoaria. As vozes dos fadistas continuaram a ser entoadas, enquanto se iam ouvindo esporadicamente gritos de ordem das várias faculdades.

Pedro Abrunhosa e Duff aquecem o queimódromo

Do outro lado da cidade, Duff abriu as noites dos estudantes no queimódromo. À hora do concerto, ainda eram muitos aqueles que tentavam entrar para o recinto. A fila dos carros era também muito extensa e os autocarros estavam cheios. Ainda assim, um dos seguranças do recinto diz que a afluência é normal para o dia de estreia da queima.

O concerto mais esperado da noite começou cerca de 15 minutos mais tarde do que previsto. Pedro Abrunhosa e os Bandemónio subiram ao palco por volta da 1 hora da manhã, para júbilo dos que estavam à espera. Entre os estudantes estavam alguns caloiros, que viam pela primeira vez um concerto do músico portuense. As expectativas e a euforia eram muitas. “Vale a pena vir para a faculdade só por causa desta semana. Ainda por cima com o Pedro Abrunhosa. Sempre quis ver um concerto dele”, diz uma caloira de Engenharia.

Eram já três horas da manhã quando o concerto terminou. Pedro Almeida, aluno de Enfermagem, foi um dos espectadores. O estudante confessa que assiste sempre aos concertos do músico português, apesar de afirmar que nunca há muitas novidades: “Isto é sempre a mesma coisa, mas, mesmo assim, venho sempre, porque gosto muito do Pedro”.

Festa depois dos concertos

Quando terminou o concerto de Pedro Abrunhosa, poucos foram os estudantes que abandonaram o queimódromo, até porque a chuva já tinha parado há muito tempo. As barracas das faculdades tornaram-se o local predilecto dos estudantes. Música, muita cerveja e algumas bebidas brancas fizeram com que a festa continuasse noite dentro.

Uma hora depois do último concerto continuavam a entrar muitas pessoas para o recinto, embora já não houvesse filas. Muitas delas vinham trajadas. Tinham assistido à serenata e preparavam-se agora para continuar a diversão noite dentro.

Agostinha Garcês de Almeida
Andreia Ferreira