O dia do cortejo costuma trazer todos os anos grande movimentação às instalações do apoio médico, na Queima. Este ano não foi excepção. Ontem, terça-feira, entre as cerca de 55 mil pessoas no Queimódromo, foram assistidas 110 pessoas e hospitalizadas 18 por intoxicação etílica grave. A média diária rondava, até agora, os quatro ou cinco hospitalizados, num universo de cerca de 45 mil visitantes.

Pedro Esteves, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), desdramatiza estes números, que considera “quase irrelevantes” tendo em conta o número de entradas no recinto e as taxas de assistência médica em anos anteriores, que registavam uma média diária superior a 20 hospitalizações por coma alcoólico.

A operação STOP realizada de domingo para segunda em todas as vias de acesso ao Queimódromo está, segundo Pedro Esteves, na origem do maior controlo no consumo de álcool este ano.

Ao contrário do que vem acontecendo em anos anteriores, o domingo foi, até agora, o segundo dia em que mais gente foi socorrida pela equipa médica na queima, com 70 assistências e 6 hospitalizações por intoxicação etílica grave.

Carla Cardoso, finalista de enfermagem, prestou apoio médico na Queima de 2004 e este ano também o faz. Segundo ela, as noites com maior afluência à barraca médica no Queimódromo costumam ser o primeiro sábado, o dia do cortejo e o do concerto de Xutos e Pontapés, tradicionalmente às quintas-feiras. “Normalmente acabam os concertos e a barraca da assistência começa a encher de rajada”, comenta a futura enfermeira.

“Ao fim de semana atendemos, sobretudo, alunos do secundário”, acrescenta.

Segundo Carla Cardoso, a maior parte dos jovens são assistidos por motivos de intoxicação etílica, isto é, por misturarem e consumirem em excesso bebidas com grande teor de álcool, como o absinto e “Golden Strike”. A seguir ao consumo de álcool, “as fracturas e o cansaço são os factores que têm implicado o apoio médico”, mas em números bastante pequenos, afirmou Carla Leça, responsável pela instalações de auxílio médico no recinto.

Aos casos menos críticos é administrada uma pastilha para que vomitem. Os restantes são observados pela equipa médica que lhes faz um desintoxicação ou, nas situações mais graves, são enviados para as urgências do hospital Pedro Hispano ou Stº António.

A equipa de cuidados de saúde na Queima é constituída por uma médica rotativa contratada pela FAP, um enfermeiro do Pedro Hispano ou Stº António e um do Inem, finalistas de enfermagem e pela equipa de primeiros socorros da Cruz Vermelha do Porto e Viana do Castelo.

Milene Marques