O palco principal do Queimódromo dividiu a noite de quarta-feira em duas. A dos ritmos étnicos com acordes hardcore e ska e a da música ligeira. Primitive Reason cruzou-se com João Pedro Pais e o resultado foi uma mistura não explosiva, mas bem acolhida pelos diferentes públicos.

Os Primitive Reason chegaram e agarraram o palco. Às primeiras notas, agitaram o “povo” com os êxitos do passado. À segunda oportunidade, mostraram o que era “Pictures in the Wall”, o novo álbum, lançado há menos de um mês.

“O concerto correu muito bem. O povo estava quente. Os temas novos já estão a entrar no fãs, já os estão a cantar em tão pouco tempo, o que é bom de ver”, comentou Abel Beja, guitarrista de Primitive Reason.

Para os elementos da banda, “Pictures in the Wall” é dos seus melhores discos. É o fechar de um ciclo, pois é muito parecido ao primeiro, e acima de tudo “é uma prova de fogo”, confessa o vocalista Guillermo de Llera. “Provamos que estamos cá outra vez”, continua Abel Beja.

“’Pictures in the Wall’ é um risco, no sentido em que é muito mais arrojado, original, radical, numa altura em que se calhar poderíamos investir noutro caminho, mais comercial, para conquistar um público maior. Mas isso ia contra a nossa natureza”, afirma Guillermo de Llera. “Este álbum é um grande sucesso, porque o facto das pessoas aderirem rapidamente ao disco prova-nos que realmente Portugal gosta do nosso estilo próprio”, conclui o vocalista. Depois de apostar no mercado português, a banda quer investir na Europa, a começar por Espanha, para uma digressão por pequenos espaços.

“Tudo bem” com João Pedro Pais

João Pedro Pais encarregou-se de aquecer a segunda parte da noite. Os fãs receberam o artista com grande entusiasmo. João Pedro Pais respondeu com os seus grandes “hits” e o seu mais recente disco, o “Tudo Bem”, lançado em Novembro passado. O álbum foi gravado em Vancouver, nos estúdios de Bryan Adams, no Canadá.

Milene Marques